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A mostrar mensagens de 2008

1º DOMINGO DO ADVENTO 2008

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Os preparativos para o meu “1.º Domingo do Advento” 2008, foram interrompidos pela chegada duma vizinha que vinha pedir um raminho de salsa . Estou a brincar; a senhora vinha apenas conversar. Encontrou-me envolvida em bolas coloridas fios prateados, com a árvore tombada no chão e papéis de seda e caixas por toda a parte. Todo este desarranjo poderia ser mais ordenado, se à medida que retirasse os adornos natalícios das caixas fosse dobrando os papeis e não espalhasse bolas, fios e luzes à minha volta Mas esta alegre confusão faz parte do prazer com que começo o meu Natal. Voltando à vizinha, que geralmente vem carpir mágoas imaginárias e complicações com que preenche a vida, foi logo dizendo: Que horror! Como você tem paciência para tanto trabalho! Eu faço uma arvorezita uma semana antes e chega. Mas para mim não me chega. Preciso da árvore (bem mais pequena do que antigamente) do nosso Presépio com grandes figuras artesanais, do meu pequeno presépio de delicadas figu

DIA DE ANIVERSÁRIO

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UMA VIDA UMA FAMÍLIA Tenho 75 anos e cinco dias. E nestes cinco dias, tenho reflectido no significado desses anos, como os usei,se aumentei ou não o capital que me legaram. Porque somos nós, auxiliados pelos genes que herdamos, pela educação que nos deram, pelos exemplos aprendidos, pela instrução que adquirimos, que construímos a nossa vida. Não somos dependentes dum temperamento originado na infância e na adolescência. Com sorte, bom senso e humildade, conseguiremos gerir essa criatura estranha que há em nós, e determinar a direcção e qualidade da nossa existência. Por vezes isso acontece naturalmente, devido às qualidades natas da pessoa. Com menos sorte, essa transformação é ocasionada por um acontecimento, quase sempre penoso, ou nunca acontece. De que modo partilhei a minha vida com as outras pessoas? O que fui eu, par

FANATISMOS EXTREMISMOS E OUTROS ISMOS

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Voltei às aulas da "Academia de Cultura de Paço de Arcos", que tinha abandonado o ano passado devido ao local ser de difícil acesso para mim. Este ano a Academia funciona num sitio mais acessível e prontamente regressei ao convívio das Académicas/os e à minha aula favorita: História de Arte. Tenho mais duas aulas do meu agrado: Viagem Em Torno Das Palavras e Conversas Sobre… Uma ocorrência durante essa ultima aula é o que me leva a estas reflexões. CONVERSAS SOBRE... versa sobre assuntos da actualidade, de interesse geral, onde somos convidadas a expor o que pensamos sobre o assunto, trocar opiniões, tendo o professor como moderador. É de facto um assunto interessante… mas perigoso. Pressupunha-se que as assistentes, mulheres adultas, medianamente cultas, todas para cima dos 50 anos, o que, no mínimo, devia gerar bom senso, fossemos igualmente educadas. Mas não há educação que resista ao fanatismo. Quando ouvimos esta palavras, pensamos imediatamente em ter

OS MEUS FIEIS DEFUNTOS 3

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Este ano pensei em pedir aos meus netos para falarem dos seus fiéis defuntos. São jovens e por isso não têm muitos para recordar. Os três mais velhos lembram-se ainda das bisavós Quim eLina,meus sogros,da bisavó Lucinda, avó do pai, da Bisa-Lisette minha mãe. Recordam igualmente a tia-avó Mikey.Os dois mais novos têm para lembrar o avô Herman Hols,os meus sogros, a minha mãe. Foram pessoas que contribuíram para o seu aparecimento neste “mundo cão”,mas onde cada um deles se diverte bastante. Mas os nossos jovens não são habituados a recordar os seus mortos,culpa mea, que nunca incitei os meus filhos a fazê-lo, a não ser duma forma convencional Se não deixarem alguma profunda recordação, só muito tarde pensamos nas personagens reais dos que agora estão mortos. Apesar de terem contribuído, mal ou bem, para sermos tudo aquilo que somos, não temos por eles interesse, deferência e muitas vezes nem sequer afeição. Mas não pedi. Iria embaraçá-los, exigir deles uma coisa para a q

ESTAREI ERRADA?

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Todos os valores morais que me ensinaram a respeitar, não terão importância? Todas as regras sociais que aprendi desde pequena, serão inúteis? O Bem e o Mal, não têm conceitos? As pequenas atenções que me ensinaram a ter, serão arcaicas? Quando aos 75 anos fazemos esta pergunta, é já uma maneira dolorosa de encarar o presente. Não me refiro a valores altamente filosóficos, mas a um princípio que agrega em si todos os outros: não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem . Não falo de regras de etiqueta caricatas, mas de pequenas atenções do dia-a-dia: uma palavra gentil, um presentinho insignificante, um obrigado o quando recebemos qualquer coisa demonstrando que quem oferece, gastou parte do seu tempo pensando em nós. Será natural, próprio de pessoas bem formadas, encarar os pequenos delitos como infortúnios,os grandes como fatalidades, sem ter para quem os pratica uma atitude critica e severa? Estavam errados os nossos avós, os nossos pais, quando exigiam c

A VERGONHA DOS JUSTOS

Não garanto que todas as pessoas que viajavam naquela carruagem fossem justos, mas aparentavam ser pessoas decentes e todos olhavam com desaprovação o rapaz cabeludo, tatuado, arrogante, cujos pés sujos, enfiados em sandálias de cabedal, repousavam ostensivamente no assento fronteiro Este, mastigando pastilha elástica, acomodava os tais pés no banco, roçando-os no estofo. Uma senhora que poderia ser avó dele, se é que tal espécime merecia ter uma avó, disse-lhe com a autoridade que a idade lhe conferia: - jovem,tire os pés do banco. Quando alguém se sentar, vai sujar-se. O jovem, mais homem que jovem, continuou com os pés ainda mais estendidos sobre o banco e respondeu: -vá-se lixar! E nós ali, calados, comprometidos, eu mais comprometida que ninguém, por não ter avançado em defesa da velha senhora. Por cobardia, pelo medo de ser agredida verbalmente. Olhávamos uns para os outros envergonhados perante as lágrimas silenciosas que escorriam pelo seu rosto, num silêncio que nos incom

INVESTIMENTO

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Uma amiga, daquelas que são mais que irmãs, ao ver-me tão entusiasmada com a minha nova ocupação, disse, meio a brincar:- estás a investir na tua velhice . Embora ao princípio não atentasse bem na realidade da frase , compreendi depois, como era verdadeira. A minha tarefa actual é,em colaboração com a Marjan, que através dum aparelho especial passa as cassetes de vídeo antigas para um CD, fazer com elas pequenos filmes com sequência e alguns efeitos especiais, que nos proporcionarão alegres momentos, Aconteceu isso com o casamento deles, cujas cassetes permaneceram 22 anos na situação de estarem disponíveis com todo o seu conteúdo, mas não ser nada prático visiona-las, E havia acima de todo, os vídeos do David e da Maria, desde que nasceram. Se ambas nos rimos com os vários episódios do casamento (rimos e recordamos, como se os vivêssemos novamente) os dos nossos” Grandes” em bebés, comoverem-nos. Eram tão pequenos,tão frágeis, tão queridos, nos seus passinhos "cai / não cai"

COISAS PEQUENAS SEM IMPORTÂNCIA

" UMA CRIANÇA É SEMPRE O PRODUTO DO MEIO EM QUE VIVE,DO AMOR OU INDIFERENÇA COM QUE É TRATADO" O Afonso tem cinco anos, e está vestido muito “in”: calções que parecem do irmão mais velho, camisola BENETON, sapatos de ténis ADIDAS, tipo tanque de guerra.Com esse belo e caro equipamento, limpa alegremente o chão do Centro Médico, indiferente às reprimendas da mãe, que pela centésima vez, grita (é mesmo gritar) :– Afonso levante-se do chão. É um miúdo giro que, com uma inocência feroz, jura matar os inimigos imaginários que o cercam e nos classifica rapidamente: vocês são os maus, vocês são os bons. Em nome dos meus companheiros classificados de maus, pergunto-lhe porque é que nós somos os maus. A resposta é curta: porque eu quero, eu sou o chefe! Para uma criança de cinco anos, esta resposta é um tanto perturbadora. Em que parte os brutais desenhos animados da nossa televisão, contribuirão para ela? Entretanto, porque o Afonso, enquanto brandia uma espada feita duma revista e

AS FESTAS ACABARAM

FIM DE FESTA As festas acabaram. Acabaram as Olimpíadas, embora não acabassem as opiniões sobre a nossa representação, acabaram-se as férias para os nossos filhos e netos, acabaram os sonhos daqueles que fizeram ferias a prestações e agora enfrentam a dura realidade de pagarem as referidas prestações, acabaram as Festas de Paço de Arcos. Não que sejam grandes Festas, como segundo me contam os mais antigos habitantes da Vila, chegaram a ser. O Senhor Jesus dos Navegantes, continua a sair em procissão, para ir abençoar os barcos e os pescadores. Quando vim morar para Paço de Arcos, ainda a procissão cumpria esse ritual, senão com esplendor, mas com certo enternecimento e alguma Fé. Não eram só os pescadores com os s seus barcos, mas também todos os que tinham um barquinho o engalanavam e esperavam a Bênção, talvez com uma certa descrença ( pelo sim, pelo não) mas com muita alegria Falo por experiência própria, pois para nós, pais, filhos e amigos convidados, era uma manhã muito bonita

A VISITA DO JOVEM SENHOR

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BENJAMIN FINALMENTE EM PORTUGAL! Espectáculos diários a não perder! DE 15/8 a 1/9: (18 A 22 em Porto Covo, restantes dias em Lisboa) Banda de suporte: Marta e Reuben o “Duo Dinâmico” Bilhetes à venda nos locais habituais Preço: 3 mimos & meio Reservas pelos telefones: 91.8221142 21.9431890 269.905.341 Esta foi a mensagem que os meus espirituosos netos enviaram à família, para apresentação do jovem Senhor Benjamin Pisco Wijnberg, seu filho. Finalmente conheci o Benjamin. Não na ESTREIA, que foi no “Aeroporto “ com a peça em vários actos “A Chegada”, mas em minha casa, com a “estrela” só para mim, pois o bisavô tinha ido à ante estreia. Cada criança que nasceu na minha família, incluindo primos e segundos primos a quem chamo sobrinhos, mas principalmente os meus filhos e netos, foi uma emoção, diferente e total.Com os filho senti muita alegria, cansaço e medo de não s

FINALMENTE,NÃO TENHO TEMPO!

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Finalmente posso exclamar como maior parte das pessoas que conheço: -Estou muito ocupada, tenho imenso que fazer! Nem tenho tempo para o meu blogue. Os meus dias são preenchidos com os “serviços domésticos” (Mas em Julho e Agosto dou férias aos meus “trabalhadores”:o aspirador, a enceradora, os baldes, as vassouras e seus modernos descendentes, comedores de pó do chão e dos moveis, aos variados panos que toda a dona de casa tem; férias controladas que é para eles não se habituarem mal. Mas, enfim, há um certo “relaxe” nos meus cuidados domésticos. Tenho as flores que nesta altura requerem cuidados especiais: têm sede, aparecem pragas, as folhas com o calor ficam mais amarelas e é preciso cortá-las Tenho a Gazeta dos Garraus.Embora as “directoras “ decidissem que ela também iria para férias no mês de Agosto, iremos aproveitar este tempo para melhorar o aspecto gráfico, o que significa aprender um pouco mais do “ Microsoft Office Publisher” no qual não estamos ainda muito à vontade. Te

A VELHA AMIGA

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BRAGA Os “Duchesse”da pastelaria Suíça, continuam a ser excepcionais. Sentei-me a apreciar esse meu fornecedor de calorias extras ,quando uma voz com um acentuado sotaque nortenho exclamou : A minha alma está varada! És tu! Não tive dúvidas sobre quem era a minha interlocutora. O mesmo rosto pequeno e doce, naturalmente rosado, o mesmo sorriso; a única diferença é que vinte atrás, esse rosto estava emoldurados por caracóis castanhos e agora os mesmos caracóis tinham um belo tom de prata. Era a minha amiga Sãozinha, minha companheira de carteira no velho colégio Dublin, minha amiga do peito, minha confidente, companheira de alegrias e tristezas de adolescentes sentimentais. Há mais de 20 anos que não nos víamos, embora pelo Natal, pelos aniversários, pelos óbitos, trocássemos as habituais mensagens sociais. De facto, embora não convivêssemos, estávamos a par dos acontecimentos principais da v

BENJAMIM 1

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Nasceste no dia 8. pelas 7:30, pesavas 3,450Kg e finalmente tens um nome: Benjamim. Hoje é o teu oitavo dia neste belo Planeta Terra A notícia do teu nascimento foi saudada com muita alegria e emoção. Eu estava na Cúria com velhos amigos, que conheceram a tua avó desde pequena, quando a tua mãe telefonou dizendo que tinhas nascido, que estavam ambos bem, e os teus pais muito felizes. Feliz ficou toda a família.Foi um enviar de e-mails com os teus primeiros retratos, de telefonemas comentando a notícia, de tentativas de encontrar semelhanças com outros membros da família: uns achavam que eras parecido com o teu pai, outros, com a tua mãe. A tua avó Mizé, dizia que eras parecido com a tua mãe quando nasceu. Até concordo que há uma certa parecença, mas é com o teu pai que realmente te pareces. Quando nasceu a tua avó Mizé, o teu tio-avô (e como é divertido chamar ao meu filho que tem um espírito jovem, tio-avô!) os teus tios Sara e André. os teus primos David e Maria, foi sempre emocio

MEIA ESTAÇÃO

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Tal como na época do natal retiro adornos, toalhas, a arvore, dos locais onde dormitam, chegou altura de ir ao baú tirar as roupas de verão e guardar as de inverno. Mas este ano tem estado difícil. Tão depressa está um calor que convida às frescas blusas e saias leves, como na semana seguinte temos que enfiar o kispo e voltar a usar lãs. Tão depressa ansiamos pelos sapatos de tiras, como temos que voltar aos grossos sapatos de inverno. Foi então que recordei a classificação que a minha avó e tias davam às roupas desta época: roupa de “meia estação”. Isto vem descansar o meu espírito, algo perturbado com a inconstância do tempo. Nas minhas cogitações eu via já o buraco do ozone alargando minuto a minuto, uma legião de icebergs navegando direitos a Paço de Arcos. Mais descansada, lembrei-me dos conselhos das gerações mais velhas, para esta altura :- leva um casaco de malha por cima da blusa e um casaco quente para o regresso. Além de trocar as roupas de Inverno pelas de verão, há outra