EM 1871 JÁ ERA ASSIM.COM UM POUCO MAIS DE VERGONHA PENSO EU
Ao reler as “Farpas” (Eça e Ramalho) encontrei um excerto muito aplicável ao momento em que vivemos. “As Farpas 1871” Há muitos anos a política em Portugal apresenta este singular estado: Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente, possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder… O poder não sai de uns certos grupos, como uma péla que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, numa explosão de risadas. Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no poder, esses homens são, segundo a opinião, e os dizeres de todos os que lá não estão - os corruptos, os esbanjadores da fazenda, a ruína do país, e outras injúrias pequenas, mais particularmente dirigidas aos seus caracteres e às suas famílias. Os outros, os que não estão no poder são, segundo a sua própria opinião e os seus jornais - os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, e os interesses do país e da pátria. Mas,