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A mostrar mensagens de setembro, 2009

A DIFICIL ESCOLHA

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Tenho uma casa grande, uma casa que através dos anos fomos enchendo de coisas, necessárias, outras mais que supérfluas. Como a casa é grande para os dois andantes que somos agora, posso avaliar pela disposição do local onde passamos os nossos ócios. Apesar das televisões (2) uma em cada extremo da sala,dos sofás bem cómodos à volta da "caixinha dos bonecos" com as respectivas mesinhas de apoio, candeeiro, estantes com variadíssimos objectos, duas peles de vaca a proteger do frio (e a encher a casa de pó) mesmo assim, há um grande espaço livre entre cada um dos nossos reinos. O do meu marido.junto da grande varanda fechada, à qual chamo pomposamente “Jardim de Inverno”. O meu, no extremo oposto. . Como o meu marido está quase totalmente surdo só pode ouvir a televisão com o auxilio dos auscultadores o que torna a sala silenciosa. Pelo meu lado, como oiço muito bem, conservo o som ao meu gosto. e deixámos de guerrear por esse motivo. Além disso, cada um vê os prog

DOS POLITICOS E DA POLITICA

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Estamos a uma semana das Eleições Legislativas que não são motivo para grandes reflexões da minha parte. Como dizia a Avó Maria do Rosário “entre uns e outros, escolha o Diabo quem quiser". Como tenho por costume reflectir durante todo o ano e não apenas dois dias antes do acto eleitoral, não conservo muitas ilusões nesses "uns" e muito menos nos "outros". Algumas das intervenções dos nobres tribunos parecem-me assombrosas, pela hipocrisia e atrevimento. E também pela falta de memória,que se torna uma verdadeira epidemia logo que, contados os votos,procede-se à glorificação das vitórias e das meias vitórias (porque derrotas nunca as há) Fico também desvanecida com tantos cuidados e preocupações dos nossos dedicados representantes,na tarefa de buscarem o melhor par nós, de nos oferecerem o mais risonho e tranquilo futuro: são os nossos filhos que vão ter os melhores empregos, são os nossos netos que terão nos seus estudos os mestres mais competentes, somos

11 DE SETEMBRO

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Todos temos a nossa história, embora maior parte das vezes não lhe conferimos a importância devida; ou passamos a vida a lamentar-nos do que ela nos reservou, ou andamos tão ocupados que nem dá tempo para reflectirmos no que nos acontece e muito menos para escrever sobre o que nos acontece, ou somos seres cujo espírito, pensamento, alma ou o que lhe queiramos chamar, é como a semente que deitada à terra, secou, encolheu e servirá de adubo, porque na natureza nada se perde. Mas existem boas razões para escrevermos sobre ela. A primeira, é porque por muito narcisistas que sejamos, não falaremos só de nós. A nós está profundamente ligada a Família. Estou a falar, é claro, de gente normal. Má ou Boa, chegada a nós ou afastada, simpáticos ou indesejáveis, nascemos dentro dum clã e não conseguíramos afastar-nos dele. Mas normalmente, a família com as suas turras, destemperos ou simplesmente amuos, envolve-nos e gostamos dela. E como tal, falamos das pessoas, dos mortos e dos

EM DEFESA DA VELHICE

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Resolvi meditar sobre a VELHICE, não sobre os que a enfrentam, mas sobre a VELHICE em si, essa época da vida que todos alcançaremos, a não ser que um acontecimento inesperado o impeça. Mas o que é a velhice e quando chega? Envelhecemos quando deixamos de nos interessar pelo que nos rodeia, quando achamos inútil aprender algo de novo, quando nos cansamos de nós próprios. Quando chega? Para alguns, nunca, como para aquela simpática senhora que, com perto de noventa anos, para além das outras aulas que frequenta, foi aprender inglês para se entender com o computador . Para outros nunca. Nasceram velhos, azedos, insatisfeitos Desde que tenham mais de 50 anos, o tópico das conversas de maior parte das pessoas é sempre o relato dos seus inúmeros padecimentos. Num café, num comboio num Centro Comercial, e especialmente num Centro de Saúde, se escutarmos com atenção, o que ouvimos é um extenso rol de enfermidades, desgostos e malfeitoria com que a vida os brindou. Os meus 76 anos