DOS POLITICOS E DA POLITICA
Estamos a uma semana das Eleições Legislativas que não são motivo para grandes reflexões da minha parte. Como dizia a Avó Maria do Rosário “entre uns e outros, escolha o Diabo quem quiser".
Como tenho por costume reflectir durante todo o ano e não apenas dois dias antes do acto eleitoral, não conservo muitas ilusões nesses "uns" e muito menos nos "outros". Algumas das intervenções dos nobres tribunos parecem-me assombrosas, pela hipocrisia e atrevimento. E também pela falta de memória,que se torna uma verdadeira epidemia logo que, contados os votos,procede-se à glorificação das vitórias e das meias vitórias (porque derrotas nunca as há)
Fico também desvanecida com tantos cuidados e preocupações dos nossos dedicados representantes,na tarefa de buscarem o melhor par nós, de nos oferecerem o mais risonho e tranquilo futuro: são os nossos filhos que vão ter os melhores empregos, são os nossos netos que terão nos seus estudos os mestres mais competentes, somos nós,que gozaremos uma velhice calma, embalados pelas bonitas palavras dos nossos políticos, quer estejam no governo ou na oposição. Tudo isso eles nos darão se nós os elegermos.
Já não tenho filhos em idade escolar ou netos em idade de infantário, que os obriguem a não dormir para pensarem como irão conseguir dar- nas tantas benesses. É menos uma preocupação que terei. quanto às canseiras dos senhores deputados.
Sendo só eu e o meu velho e pertencendo ambos a uma burguesia precavida e prudente que amealhou uns tostões, o que nos permitirá,em caso de força maior, dispensar os cuidados do Serviço Nacional de Saúde, sendo a Pensão do meu marido resultado dos seus descontos e não uma oferta do Estado, as próximas despesas avultadas que terão connosco será o “Subsidio de Morte”. Bem sei que é algum dinheiro que sairá dos cofres,mas também é duma vez e acabou-se.
Não vou a Comícios, mas gravo alguns tempos de antena, para ficarem para a posteridade. Tenho gravações desde o 25 de Abril, de todos os partidos e partidinhos que vêm concorrendo às eleições.
Elas têm causado o meu espanto e admiração pelo acerto das palavras empregues pelos ilustres deputados e deputadas. Admiração, porque em todas as que oiço, o mote é um constante dizer mal dos outros partidos e dos futuros colegas parlamentares. Por vezes num elegante galhofar, outras com finas palavras cheirando a estrebaria, mas sempre indas de gente que bebeu chá por um púcaro de barro.
E quando quase no fim, se decidem a esclarecer -nos sobre as suas intenções, fazem-no sempre no meio de nebulosas de gritos e frenesi dos membros, e mentem com quantos dentes ou dentaduras têm .
Mas coitados! Seja-lhes levado em conta os beijinhos que têm que dar a quarentonas coradas e luzidias, os apertos de mão, as pancadas que levam nas costas (serão todas de simpatia?) as criancinhas que têm que erguer nos braços, as interpelações zangadas de quem não gosta deles, o empanzinar de comida, os solavancos dos popós onde se fazem transportar de comício em comício, a ansiedade em que vivem até aos resultados confirmarem a eleição. Mas que deve valer apenas, deve.
Se não, porque suportariam tais martírios? Ou sou eu que tenho pensamentos malévolos e os nobres deputados fazem isso tudo por amor aos eleitores? Para os compensar de tanta canseira e da injustiça do meu raciocínio no dia 27 lá estarei a votar. Como? Essa decisão é como o voto: é um direito meu, secreto e dado com toda a consciência
Como tenho por costume reflectir durante todo o ano e não apenas dois dias antes do acto eleitoral, não conservo muitas ilusões nesses "uns" e muito menos nos "outros". Algumas das intervenções dos nobres tribunos parecem-me assombrosas, pela hipocrisia e atrevimento. E também pela falta de memória,que se torna uma verdadeira epidemia logo que, contados os votos,procede-se à glorificação das vitórias e das meias vitórias (porque derrotas nunca as há)
Fico também desvanecida com tantos cuidados e preocupações dos nossos dedicados representantes,na tarefa de buscarem o melhor par nós, de nos oferecerem o mais risonho e tranquilo futuro: são os nossos filhos que vão ter os melhores empregos, são os nossos netos que terão nos seus estudos os mestres mais competentes, somos nós,que gozaremos uma velhice calma, embalados pelas bonitas palavras dos nossos políticos, quer estejam no governo ou na oposição. Tudo isso eles nos darão se nós os elegermos.
Já não tenho filhos em idade escolar ou netos em idade de infantário, que os obriguem a não dormir para pensarem como irão conseguir dar- nas tantas benesses. É menos uma preocupação que terei. quanto às canseiras dos senhores deputados.
Sendo só eu e o meu velho e pertencendo ambos a uma burguesia precavida e prudente que amealhou uns tostões, o que nos permitirá,em caso de força maior, dispensar os cuidados do Serviço Nacional de Saúde, sendo a Pensão do meu marido resultado dos seus descontos e não uma oferta do Estado, as próximas despesas avultadas que terão connosco será o “Subsidio de Morte”. Bem sei que é algum dinheiro que sairá dos cofres,mas também é duma vez e acabou-se.
Não vou a Comícios, mas gravo alguns tempos de antena, para ficarem para a posteridade. Tenho gravações desde o 25 de Abril, de todos os partidos e partidinhos que vêm concorrendo às eleições.
Elas têm causado o meu espanto e admiração pelo acerto das palavras empregues pelos ilustres deputados e deputadas. Admiração, porque em todas as que oiço, o mote é um constante dizer mal dos outros partidos e dos futuros colegas parlamentares. Por vezes num elegante galhofar, outras com finas palavras cheirando a estrebaria, mas sempre indas de gente que bebeu chá por um púcaro de barro.
E quando quase no fim, se decidem a esclarecer -nos sobre as suas intenções, fazem-no sempre no meio de nebulosas de gritos e frenesi dos membros, e mentem com quantos dentes ou dentaduras têm .
Mas coitados! Seja-lhes levado em conta os beijinhos que têm que dar a quarentonas coradas e luzidias, os apertos de mão, as pancadas que levam nas costas (serão todas de simpatia?) as criancinhas que têm que erguer nos braços, as interpelações zangadas de quem não gosta deles, o empanzinar de comida, os solavancos dos popós onde se fazem transportar de comício em comício, a ansiedade em que vivem até aos resultados confirmarem a eleição. Mas que deve valer apenas, deve.
Se não, porque suportariam tais martírios? Ou sou eu que tenho pensamentos malévolos e os nobres deputados fazem isso tudo por amor aos eleitores? Para os compensar de tanta canseira e da injustiça do meu raciocínio no dia 27 lá estarei a votar. Como? Essa decisão é como o voto: é um direito meu, secreto e dado com toda a consciência
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