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A mostrar mensagens de janeiro, 2007

A.C e D.C

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Estava eu cismando na Vida, quando me ocorreu que a Minha, tinha dois períodos bem definidos: A:C (antes do computador) e D:C ( depois do computador. Durante o período A:C (1933-2003) nasci, cresci, fui à escola, vivi um curto mas belo período de adolescente, tive filhos, tive netos e agora espero ansiosamente pelos bisnetos. Tudo isto num espaço de 70 anos. Durante todos esses anos, nada aconteceu de espectacular, ou pelo menos, que não tivesse acontecido a outras mulheres. Convivi com tachos e panelas, conheci a sensação maravilhosa que é trocar o clássico tanque de cimento por uma espalhafatosa máquina de lavar roupa, o corre-corre que é arranjar almoço para marido e filhos que chegam do trabalho e da escola, para rapidamente regressarem; tive um contacto amigável com a tábua de engomar, a que ainda hoje chamo a “harpa”. Porque como já todos sabem, pertenço aquela classe chamada “ donas de casa” , para não dizer doméstica , um nome horrível que me recorda sempre um "animal

A MINHA CASA

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O que é a minha casa? É o apartamento onde vivo há mais de 35 anos? Habitar uma casa fará dela um lar? Conheço casas cheias de gente mas que sempre me pareceram vazias. A grande vivenda da minha amiga Lurdes, onde ela vive sozinha desde que o marido morreu, parece-me sempre repleta de recordações. A minha casa é o espelho onde olho o meu rosto ao levantar-me, sem a preocupação se tenho mais uma ou duas rugas, se o meu cabelo está mais branco: ele diz-me que estou viva e isso é como se fosse uma saudação da própria casa. É a cozinha, onde pequenas comodidades eléctricas facilitam o meu trabalho. É a varanda à qual chamo pomposamente Jardim de Inverno, e onde converso e censuro as minhas Plantas Verdes. Bom dia Feto-Real, como estás bonito! Mas tu, Calathea, tens que ficar menos caída. Disparate? Pode ser, Mas senão dermos à Vida um pouco do colorido da nossa imaginação como ela será monótona! A minha casa é a grande sala, que eu comparo ao coração do meu lar. As paredes estão quase tot

ETERNOS NAMORADOS

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ETERNOS NAMORADOS VELHOS AMIGOS OS SOBRINHOS DE ADOPÇÃO AQUELA MÃOZINHA BOBA! Conheci este casal de eternos namorados há quase 50 anos Mas a amizade do meu marido com o Francisco, vem de muito mais longe. Conhece
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S ou bisbilhoteira ou observadora? Na opinião do meu marido sou bisbilhoteira, porque quando viajo ou comemos fora, estou permanentemente a reparar nos outros; para alguns dos meus amigos, sou observadora.Por mim, penso que sou curiosa. Sucede que nos vinte minutos que viajo entre Paço de Arcos e Cais do Sodré, no Metro, quando me detenho num local publico (e não há lugar melhor para observar os nossos semelhantes, que um transporte, seja ele urbano ou de longo curso, um restaurante, ou uma paragem de autocarro ) tenho muito tempo para reparar nos que me rodeiam. Aprendi com isso,que a Vida, na sua generalidade, não apresenta espectos muito diferentes dumas pessoas para as outras.Todos temos aborrecimentos e alegrias, esperança e desespero.Falamos dos filhos, dos netos, da saúde,do preço das coisas, dos patrões, dos empregados e todos gostamos um pouco de fofocas. É assim que, por vezes, venho a conhecer pessoas que têm uma história especial, e em quem, os apressados e indiferentes

TEMPO PARA VIVER TEMPO PARA MORRER

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Quase sempre sirvo de confessor/psicólogo à minha amigaX.Digo confessor, porque nas suas queixas contra o Mundo, muitas vezes ela confessa a sua horrível culpa nas horríveis coisas que lhe acontecem; somos amigas há tantos anos, conheço-a tão bem, que maior parte das vezes, limito-me a ouvi-la,sabendo quanto lhe é benéfico abrir o coração e falar. Mas desta vez passei-me , como dizem os meus netos. No dia 31 de Dezembro fez 75 anos, e agora o grande problema é o pouco tempo que lhe resta para viver. Fez testamento, o que há muito lhe aconselho a fazer, pelo menos dos seus bens pessoais; nada mais desagradável do que imaginar os nossos descendentes,embaraçados na escolha. Além do testamento, faz a vida negra ao marido. às filhas aos filhos e até aos netos, com a lenga-lenga de “já não tendes avó para muito tempo” Para mim,sobra: “as coisas que perdi na vida. Não vou ter a sorte que tu tiveste,indo ao casamento de uma neta” Ao principio ainda levei a rir, lembrando-lhe as belas viage

VAMOS CANTAR AS JANEIRAS

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Quando eu era menina tive a felicidade de ir viver para o Minho e no Minho, para a mais conservadora das cidades minhotas. Embora não sendo permitido às jovens as extravagâncias das raparigas lisboetas, tínhamos uma vida social muito activa e divertida. Neste dia de Reis, recordo com saudade o tempo em que íamos em grupo, cantar as Janeiras às casas dos pais, terminando a cantoria na habitação do organizador do ritual. Depois da ceia, era solenemente escolhido o organizador do ano seguinte. Mas que divertidos eram os ensaios, que começavam no principio de Dezembro. davam duas ou três horas de alegre convívio e acabavam com sandes de presunto, bolos e chocolate quente. Um dia descreverei aqui, como se vivia nesse círculo de pessoas com os mesmos valores, os mesmos interesses, a mesma vontade de os guardar intactos. Hoje, vou festejar os Reis. Vamos até cantar as Janeiras aos nossos amigos e vizinhos Manuel e Odete. Amanhã, voltam as loiças de festa ao armário, as toalhas de Natal

FELIZ NOVO ANO

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Feliz Novo Ano para toda a gente Feliz Novo Ano para os meus netos e para todos os netos do mundo, esta jovem geração tão ingenuamente presunçosa, julgando que lhe oferecem grátis a vida e seus prazeres; que desconhece, ainda, a injustiça da factura que vai pagar pelos erros dos mais velhos, principalmente dos pais,que para os compensaram do seu desinteresse comodista, primitem-lhes tudo,porque é mais fácil e cómodo deixar fazer do que impedir;que não se apercebem da incerteza sobre o futuro que os espera;cegos e inconscientes, sem qualquer sentido de responsabilidades, aninhados como estão na moleza quente do ninho paterno.Mas que será a sua triste companheira,quando deixarem de ser crianças de 20 anos e a vida os obrigue a crescer. Que cresçam rapidamente e sem grandes dores, não acreditando nas facilidades de Vida que os GRANDES, quase criminosamente ,lhes facultam. Mas que nunca percam a Esper