A MINHA CASA
O que é a minha casa? É o apartamento onde vivo há mais de 35 anos? Habitar uma casa fará dela um lar?
Conheço casas cheias de gente mas que sempre me pareceram vazias. A grande vivenda da minha amiga Lurdes, onde ela vive sozinha desde que o marido morreu, parece-me sempre repleta de recordações.
A minha casa é o espelho onde olho o meu rosto ao levantar-me, sem a preocupação se tenho mais uma ou duas rugas, se o meu cabelo está mais branco: ele diz-me que estou viva e isso é como se fosse uma saudação da própria casa.
É a cozinha, onde pequenas comodidades eléctricas facilitam o meu trabalho. É a varanda à qual chamo pomposamente Jardim de Inverno, e onde converso e censuro as minhas Plantas Verdes. Bom dia Feto-Real, como estás bonito! Mas tu, Calathea, tens que ficar menos caída. Disparate? Pode ser, Mas senão dermos à Vida um pouco do colorido da nossa imaginação como ela será monótona!
A minha casa é a grande sala, que eu comparo ao coração do meu lar. As paredes estão quase totalmente cobertas de fotografias dos netos, desde que nasceram até ao momento actual; com contribuições da família e dos amigos, uma pintura de um, desenhos de outros, lindas aguarelas feitas pelo avô da minha nora e que ela teve a gentileza oferecer, as histórias em banda desenhada de princesas que casavam com príncipes, desenhadas pela Marta quando tinha seis anos, as poesias da Sara no seu primeiro ano de faculdade, infindáveis campos de futebol e bolas redondas com braços e pernas, especialidade do David e da Maria; há naperons de renda, feitos pela minha sogra e pela minha amiga Odette, lindos trabalhos em recortes oferecidos por amigos dinamarqueses; um espaço onde uma frota de barcos antigos, belos desenhos a carvão, alinham com as fotografias dos barcos onde o meu marido iniciou e terminou a sua vida no mar. Num móvel, a que eu chamo “Os meus Penates”, as fotografias dos nossos familiares e amigos que já partiram: é a justa homenagem que lhes prestamos, pelo muito que nos deram: a Vida, Amor, Sacrifícios, Amizade, Lealdade. È nesse móvel que está a Bíblia que a minha Avó me ofereceu quando casei e onde escrevo todos os factos relevantes da Família: o nascimento dos filhos, dos netos, baptizados, casamentos e também as mortes. Porque a Vida é o Principio e o Fim.
A minha casa é o meu quarto-estúdio, onde trabalho, onde leio, onde oiço a musica de que gosto, onde durmo, onde converso com a minha prima Ana em alegres sessões de “computofone”, quando, usamos o Messenger para amenas palestras descontraídas.
A minha casa, é a varanda da frente, para onde abrem as janelas do meu quarto, com o verde do jasmim o colorido das sardinheiras e as cores berrantes dos ciclamens.
A minha casa é tudo aquilo que contribui para fazer dela um lar, é tudo aquilo que o meu marido fez com suas próprias mãos.
A minha casa é a memória da excitação das manhãs dos casamentos dos filhos, da alegria que sentimos quando um telefonema anunciava que um neto tinha nascido, é angustia do dia em que a deixei, para entrar que no hospital, para uma cirurgia que eu sabia difícil.
A minha casa é onde está o meu coração, construída com as minhas recordações, boas e más, com o investimento de emoções, de objectos, de livros, de música, de quadros, que fiz nela. É o local onde deixo soltar o riso em momentos felizes e correr as lágrimas, naqueles dias cinzentos quando apetece chorar, mesmo quando não há razão para o fazer
A minha casa SOU EU..
Conheço casas cheias de gente mas que sempre me pareceram vazias. A grande vivenda da minha amiga Lurdes, onde ela vive sozinha desde que o marido morreu, parece-me sempre repleta de recordações.
A minha casa é o espelho onde olho o meu rosto ao levantar-me, sem a preocupação se tenho mais uma ou duas rugas, se o meu cabelo está mais branco: ele diz-me que estou viva e isso é como se fosse uma saudação da própria casa.
É a cozinha, onde pequenas comodidades eléctricas facilitam o meu trabalho. É a varanda à qual chamo pomposamente Jardim de Inverno, e onde converso e censuro as minhas Plantas Verdes. Bom dia Feto-Real, como estás bonito! Mas tu, Calathea, tens que ficar menos caída. Disparate? Pode ser, Mas senão dermos à Vida um pouco do colorido da nossa imaginação como ela será monótona!
A minha casa é a grande sala, que eu comparo ao coração do meu lar. As paredes estão quase totalmente cobertas de fotografias dos netos, desde que nasceram até ao momento actual; com contribuições da família e dos amigos, uma pintura de um, desenhos de outros, lindas aguarelas feitas pelo avô da minha nora e que ela teve a gentileza oferecer, as histórias em banda desenhada de princesas que casavam com príncipes, desenhadas pela Marta quando tinha seis anos, as poesias da Sara no seu primeiro ano de faculdade, infindáveis campos de futebol e bolas redondas com braços e pernas, especialidade do David e da Maria; há naperons de renda, feitos pela minha sogra e pela minha amiga Odette, lindos trabalhos em recortes oferecidos por amigos dinamarqueses; um espaço onde uma frota de barcos antigos, belos desenhos a carvão, alinham com as fotografias dos barcos onde o meu marido iniciou e terminou a sua vida no mar. Num móvel, a que eu chamo “Os meus Penates”, as fotografias dos nossos familiares e amigos que já partiram: é a justa homenagem que lhes prestamos, pelo muito que nos deram: a Vida, Amor, Sacrifícios, Amizade, Lealdade. È nesse móvel que está a Bíblia que a minha Avó me ofereceu quando casei e onde escrevo todos os factos relevantes da Família: o nascimento dos filhos, dos netos, baptizados, casamentos e também as mortes. Porque a Vida é o Principio e o Fim.
A minha casa é o meu quarto-estúdio, onde trabalho, onde leio, onde oiço a musica de que gosto, onde durmo, onde converso com a minha prima Ana em alegres sessões de “computofone”, quando, usamos o Messenger para amenas palestras descontraídas.
A minha casa, é a varanda da frente, para onde abrem as janelas do meu quarto, com o verde do jasmim o colorido das sardinheiras e as cores berrantes dos ciclamens.
A minha casa é tudo aquilo que contribui para fazer dela um lar, é tudo aquilo que o meu marido fez com suas próprias mãos.
A minha casa é a memória da excitação das manhãs dos casamentos dos filhos, da alegria que sentimos quando um telefonema anunciava que um neto tinha nascido, é angustia do dia em que a deixei, para entrar que no hospital, para uma cirurgia que eu sabia difícil.
A minha casa é onde está o meu coração, construída com as minhas recordações, boas e más, com o investimento de emoções, de objectos, de livros, de música, de quadros, que fiz nela. É o local onde deixo soltar o riso em momentos felizes e correr as lágrimas, naqueles dias cinzentos quando apetece chorar, mesmo quando não há razão para o fazer
A minha casa SOU EU..
Comentários
Enviar um comentário