COISAS GRANDES, COISAS PEQUENAS
Sempre que uma jovem das minhas relações e principalmente uma das minhas netas, se casa lembro-me duma conversa que tive com a nossa Avó, faltavam alguns meses para me casar. A Avó Maria, falava muitas vezes com pequenas parábolas domésticas. Não era uma mulher iletrada, mas era incapaz de ornamentar as tais conversas com floreados de linguagem. Nunca esqueci as suas palavras,simples.directas, mas 60 anos depois recordei-as ao meu modo de sentir. Dizia-me que o amor…não! Jamais ouvi a avó pronunciar a palavra Amor. Para ela, educada desde criança dentro da mais rígida cultura judaico-cristã, essa palavra devia ter, talvez inconscientemente, um sentido de libertinagem e maus costumes impróprios duma família decente. Nunca entendi se ela e o avô se amaram, isto é, se o prazer na cama se combinava com a harmonia doméstica que reinava entre eles. Como tiveram 4 filhos é certo que mantinham relações. Mas creio que para o avô era o seu direito de marido e para a Avó um dos seus deve