A.C e D.C
Estava eu cismando na Vida, quando me ocorreu que a Minha, tinha dois períodos bem definidos: A:C (antes do computador) e D:C ( depois do computador.
Durante o período A:C (1933-2003) nasci, cresci, fui à escola, vivi um curto mas belo período de adolescente, tive filhos, tive netos e agora espero ansiosamente pelos bisnetos. Tudo isto num espaço de 70 anos. Durante todos esses anos, nada aconteceu de espectacular, ou pelo menos, que não tivesse acontecido a outras mulheres.
Convivi com tachos e panelas, conheci a sensação maravilhosa que é trocar o clássico tanque de cimento por uma espalhafatosa máquina de lavar roupa, o corre-corre que é arranjar almoço para marido e filhos que chegam do trabalho e da escola, para rapidamente regressarem; tive um contacto amigável com a tábua de engomar, a que ainda hoje chamo a “harpa”.
Porque como já todos sabem, pertenço aquela classe chamada “donas de casa”, para não dizer doméstica, um nome horrível que me recorda sempre um "animal doméstico".
E, embora desde que me lembre, sempre tenha gostado de ler e de escrever, lia pelo prazer duma bela prosa e de histórias humanas e não com a intenção expressa de cultivar-me É claro que isso chega por acréscimo; é uma dádiva dos deuses a quem gosta de ler.
Venho de famílias onde o lugar da mulher era dentro de casa. Administrá-la, criar os filhos com saúde, educá-los de maneira que fossem crianças capazes de seguirem regras e aprenderem padrões morais, transmitidos de geração em geração, era o que se esperava delas. Era também muito útil saber bordar, ser boa doceira, esposa compreensiva.
Ninguém me perguntou o que eu queria ser. E possível que eu até não soubesse E se durante o meu período A.C, não fui talvez tudo aquilo que se esperava de mim, fui uma mulher passiva, cumprindo todas as regras do meu estatuto.
Eis senão quando, (já contei como aconteceu em “o meu encontro com a informática”) à minha frente estavam dois objectos: um quadrado com em écran dum bonito azul e um paralelepípedo cinzento, com muitas gavetinhas.
Rejeitados que foram pelo primitivo destinatário,logo os tomei sob a minha protecção, baptizando-os de Azi e Mov (de Isac Asimov) mas sem saber ainda que eles iriam transportar-me ao meu período D:C. (2003-2007) .
Ingressei num Admirável Mundo Novo de constantes surpresas. Ao principio, muito a medo, pensando que uma pobre mortal como eu, não seria capaz de enfrentar tanta magia. E mais uma vez devo à Ana, que dirige o cursinho que frequento, e ao Sampa, que me dá os meios para eu fazer mais e melhor, o destemor com que enfrentei PowerPoints, Multimédias,e Blogs, navegar na Net qual Bartolomeu Dias dobrando o Cabo da Boa Esperança.
E como durante o meu período A.C, eu era apenas uma Dona de Casa, muito desconsolada por nem sequer ter tido uma profissão, pouco confiante na minha instrução autodidacta, este período D.C que atravesso agora, é como uma salada de frutas a seguir a uma pesada refeição transmontana.
Durante o período A:C (1933-2003) nasci, cresci, fui à escola, vivi um curto mas belo período de adolescente, tive filhos, tive netos e agora espero ansiosamente pelos bisnetos. Tudo isto num espaço de 70 anos. Durante todos esses anos, nada aconteceu de espectacular, ou pelo menos, que não tivesse acontecido a outras mulheres.
Convivi com tachos e panelas, conheci a sensação maravilhosa que é trocar o clássico tanque de cimento por uma espalhafatosa máquina de lavar roupa, o corre-corre que é arranjar almoço para marido e filhos que chegam do trabalho e da escola, para rapidamente regressarem; tive um contacto amigável com a tábua de engomar, a que ainda hoje chamo a “harpa”.
Porque como já todos sabem, pertenço aquela classe chamada “donas de casa”, para não dizer doméstica, um nome horrível que me recorda sempre um "animal doméstico".
E, embora desde que me lembre, sempre tenha gostado de ler e de escrever, lia pelo prazer duma bela prosa e de histórias humanas e não com a intenção expressa de cultivar-me É claro que isso chega por acréscimo; é uma dádiva dos deuses a quem gosta de ler.
Venho de famílias onde o lugar da mulher era dentro de casa. Administrá-la, criar os filhos com saúde, educá-los de maneira que fossem crianças capazes de seguirem regras e aprenderem padrões morais, transmitidos de geração em geração, era o que se esperava delas. Era também muito útil saber bordar, ser boa doceira, esposa compreensiva.
Ninguém me perguntou o que eu queria ser. E possível que eu até não soubesse E se durante o meu período A.C, não fui talvez tudo aquilo que se esperava de mim, fui uma mulher passiva, cumprindo todas as regras do meu estatuto.
Eis senão quando, (já contei como aconteceu em “o meu encontro com a informática”) à minha frente estavam dois objectos: um quadrado com em écran dum bonito azul e um paralelepípedo cinzento, com muitas gavetinhas.
Rejeitados que foram pelo primitivo destinatário,logo os tomei sob a minha protecção, baptizando-os de Azi e Mov (de Isac Asimov) mas sem saber ainda que eles iriam transportar-me ao meu período D:C. (2003-2007) .
Ingressei num Admirável Mundo Novo de constantes surpresas. Ao principio, muito a medo, pensando que uma pobre mortal como eu, não seria capaz de enfrentar tanta magia. E mais uma vez devo à Ana, que dirige o cursinho que frequento, e ao Sampa, que me dá os meios para eu fazer mais e melhor, o destemor com que enfrentei PowerPoints, Multimédias,e Blogs, navegar na Net qual Bartolomeu Dias dobrando o Cabo da Boa Esperança.
E como durante o meu período A.C, eu era apenas uma Dona de Casa, muito desconsolada por nem sequer ter tido uma profissão, pouco confiante na minha instrução autodidacta, este período D.C que atravesso agora, é como uma salada de frutas a seguir a uma pesada refeição transmontana.
E outra mundo com computer para mim tambem.
ResponderEliminarpara semana vo a lisboa querida sogra e vo traser o cd da natal!