1º DOMINGO DO ADVENTO 2008




Os preparativos para o meu “1.º Domingo do Advento” 2008, foram interrompidos pela chegada duma vizinha que vinha pedir um raminho de salsa. Estou a brincar; a senhora vinha apenas conversar.

Encontrou-me envolvida em bolas coloridas fios prateados, com a árvore tombada no chão e papéis de seda e caixas por toda a parte. Todo este desarranjo poderia ser mais ordenado, se à medida que retirasse os adornos natalícios das caixas fosse dobrando os papeis e não espalhasse bolas, fios e luzes à minha volta Mas esta alegre confusão faz parte do prazer com que começo o meu Natal.

Voltando à vizinha, que geralmente vem carpir mágoas imaginárias e complicações com que preenche a vida, foi logo dizendo: Que horror! Como você tem paciência para tanto trabalho! Eu faço uma arvorezita uma semana antes e chega. Mas para mim não me chega. Preciso da árvore (bem mais pequena do que antigamente) do nosso Presépio com grandes figuras artesanais, do meu pequeno presépio de delicadas figurinhas, mais novo um ano do que eu; preciso encher a casa de tons de vermelho que é alegria, decorá-la com os verdes dos abetos, que significam esperança, dar-lhe luminosidade com as chamas das velas, que representam o calor da amizade, e dar-lhe brilho com as bolas e enfeites dourados, representantes da nossa fantasia e alegria de viver.

O 1.º Domingo do Advento, chegou e com ele chegaram os filhos, a nora os netos, a madrinha do meu filho, a quem ele chama a 2.ª mãe, porque tinha muito mais paciência para lhe aturar as parvoíces da juventude do que eu. Infelizmente a Marta o Reuben e o meu Raio de Sol, estão longe, o André já está na Suíça, na sua temporada de Inverno e a Sara, verdadeira escrava do Trabalho, não pode vir. Mas veio o Michael.

Comemos o tradicional Sarrabulho, que este ano não estava tão bom como o costume, e em vez dos complementos do mesmo, fizemos um repasto luso holandês, em homenagem à minha gente dos Países Baixos. Mais um ano, mais uma tradição cumprida, e às vezes, muito baixinho, de modo que o meu coração não oiça, pergunto: quantos mais?

Mau, mau! Estarei a ficar velha? Se perder a alegria de existir, então deixarei de ser uma mulher idosa porque tenho muitos anos, para ser uma mulher velha, seca e agreste.

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