FANATISMOS EXTREMISMOS E OUTROS ISMOS


Voltei às aulas da "Academia de Cultura de Paço de Arcos", que tinha abandonado o ano passado devido ao local ser de difícil acesso para mim. Este ano a Academia funciona num sitio mais acessível e prontamente regressei ao convívio das Académicas/os e à minha aula favorita: História de Arte. Tenho mais duas aulas do meu agrado: Viagem Em Torno Das Palavras e Conversas Sobre…


Uma ocorrência durante essa ultima aula é o que me leva a estas reflexões.
CONVERSAS SOBRE... versa sobre assuntos da actualidade, de interesse geral, onde somos convidadas a expor o que pensamos sobre o assunto, trocar opiniões, tendo o professor como moderador. É de facto um assunto interessante… mas perigoso.


Pressupunha-se que as assistentes, mulheres adultas, medianamente cultas, todas para cima dos 50 anos, o que, no mínimo, devia gerar bom senso, fossemos igualmente educadas. Mas não há educação que resista ao fanatismo.



Quando ouvimos esta palavras, pensamos imediatamente em terrorismo, seja ele islâmico, católico, ou de gangs. Mas elas aplicam-se com igual gravidade, ao terrorismo social, político ou mesmo familiar.


Fanático, segundo o dicionário, é a pessoa que revela um apego excessivo por qualquer coisa. Uma pessoa fanática, tem comportamentos exaltados, particularmente por uma causa política ou religiosas podendo chegar a actos extremos (Wikipédia)


Para mim, o mais perigoso dos fanáticos é aquele que revela um apego excessivo por si próprio: pelas suas ideias, pelas suas razões, pela sua maneira de estar na vida; só é válido aquilo em que ele acredita; só é correcta a maneira como pensa, só é justo o que ele considera justo. Jamais discute: impõe. Nada respeita: nem idade, experiência ou convicções. Defende o seu clã com unhas e dentes, mas apenas porque esse clã é o seu espelho E quando algum dos seus
membros se afasta das ideias que ele acaricia, torna-se um renegado. Para um fanático, os do seu clube são todos seres intocáveis, os opositores um bando de corruptos e defensores de outros corruptos.


Infelizmente para a aula, para o professor, para todas nós, excepto para a criatura, tivemos um desagradável encontro com um desses exemplares. Discutia-se um tema actual, no qual todos os cidadãos deviam estar interessados porque a todos diz respeito e que de facto interessou a todos. O Professor abordou o tema e, antes que pudesse dizer mais alguma coisa, foi interrompido por uma das ouvintes,que se lançou grosseiramente numa polémica discussão sem participantes. Durante mais dum quarto de hora não foi permitido a ninguém dizer nada ou expor as suas ideias sobre o assunto. Foi um tema interessante, perdido, grande parte da aula inutilizada e criado um mal-estar que dificilmente será esquecido. E, talvez o mais desagradável: o triste espectáculo duma mulher cuja idade lhe aconselhava ponderação
dar um triste espectáculo de si mesma.



Comentários

Mensagens populares deste blogue

meu pobre Computador

OS INCRÍVEIS LUSITANOS