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A mostrar mensagens de 2010

O MEU NATAL 2010

O Natal aproxima-se do meu local preferido: a minha casa. Já existem tons de vermelho e verde nas belas “Estrelas do Natal” ou” flores do natal,”ou “poinsétia” que oferecem beleza e calor à minha sala… e perigo também, pois todas as suas partes são venenosas. Jesus Menino, aguarda, escondido, a altura de repousar no berço de palha do Grande Presépio.Compramo-lo há mais de vinte anos na Feira de Barcelos,não tem a assinatura de Rosa Ramalho, é o mais popular possível, mas as figuras de barro toscamente trabalhadas, têm uma tal dignidade que as olho como se fossem peças de Machado de Castro. Embora continue a não colocar o estandarte do Menino Jesus na janela, ELE tem uma presença constante na minha casa: à entrada, ainda fora da porta, um menino Jesus Esquimó, rodeado por Maria e José vestidos com belas parkas e bafejado por uma foca amorosa; no meu quarto-estúdio, onde me sinto mais em paz do que em qualquer outro lugar, o velho presépio que conta menos um ano que eu, acolhe-O desde o
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De hoje a um mês,terei deixado, segundo a tradição, as prendas de Natal por alguns meninos do mundo.levando-os no meu trenó puxado por oito renas mágicas, chefiadas por Rodolfo, o do Nariz Vermelho, É sobre “as prendas” que vou falar-vos. Um escritor americano escreveu um conto do Natal para os filhos, resolvendo mudar a minha condição de Bispo de Mira, transformando-me num velhote gordo e simpático. Deixei de chamar-me Nicolau, passando a chamar-me Pai Natal, Santa Claus Kerstman , e da Turquia, passei a viver na Lapónia. Com essa mudança, mudaram também as minhas primitivas intenções, que era pedir aos meninos que tinham muitos brinquedos, que os dividissem com aqueles que os não tinham, para levar lembranças às famílias dos meninos. A ideia pareceu -me simpática, até compreender que as prendas vinham das lojas e não dos corações e que estimulavam em crianças e adultos a ideia de quanto mais caro melhor. Ora num ano de crise que afecta o planeta Terra (alguns lugares e

OS FESTEJOS

Os patrióticos festejos do centenário da Republica, recordam-me uma família minha conhecida. Há meses que vivem em regímen de sopa, frango, massa,massa frango e sopa; fruta , quando os amigos que têm quintas a oferecem. O mesmo com o vinho. Roupa, vestidos sapatos, principalmente para as jovens aceitam envergonhados mas contentes, o que as amigas lhes oferecem. O carro da mãe, foi o primeiro a ser despachado. O do pai, permanece na rua, usado em ocasiões de emergência.Contudo ,quando no mês passado casaram a filha mais velha, foi um casamento tradicional e caro.Os empréstimos que voltaram a pedir, os sacrifícios que irão fazer para os pagar em nada p esou na decisão que tomaram. Assim está o meu país com os imponentes e caros festejos com que celebramos o centenário da implantação da Republica. Fazer cem anos é caso para festejar?Pode ser que sim. Mas qualquer família” bem governada ” só dá festas quando tem dinheiro para as pagar e se ainda lhe ficar algum para “ o dia de amanhã”

A FAMILIA

Tendo andado às voltas com os retratos da família e observando todos aqueles rostos que significam ou significaram, criaturas com os mesmos desejos as mesmas aspirações, os mesmos medos que eu sinto e dos quais vem muito do que eu sou, fiz uma pergunta a mim própria: a família é importante, ou melhor, pertencer a uma família é importante? Significa realmente alguma coisa? Seriamos nós os mesmos se, materialmente independentes e pouco dados a efusões e eventos familiares, fizéssemos de conta que a família não existia e vivêssemos ao nosso gosto, pensando que nascemos dum ovo solitário que nem teve galinha para ao pôr? Viver como desejamos, fechados em nós próprios, no pequeno círculo de marido, mulher, filhos, ou mesmo sozinhos, se fosse demasiado para nós aceitar a responsabilidade de gerar seres e cuidar deles. Serão suficiente amigos, companheiros de trabalho, conhecimentos de ocasião para preencher o nosso espaço ? Que sabemos nós dos membros da nossa família? Não dos nossos filhos,

AS TERMAS NA DECADA DE 40

Quando conto aos meus netos coisas do meu tempo eles olham-me entre divertidos e pesarosos, de tal modo lhes parece estranho o modo como as avozinhas gozavam a juventude. A minha, isto é, o tempo que vivi em Braga, entre 1941 e 1952, pouco tem em comum com as jovens da mesma idade, mas de Lisboa. Havia uma diferença abismal entre a capital e as províncias. E mesmo nas províncias, havia entre elas diferenças de hábitos e costumes. Em Braga, a vida era rigorosamente planeada. Em Julho e Agosto partiam para as praias: Póvoa do Varzim, Vila Praia de Ancora, Moledo do Minho. Em Setembro era a emigração para a Casa da Aldeia, não só para gozarem dum ambiente muito Júlio Dinis, como para tratarem das vindimas. Nós, como não tínhamos casa na aldeia, em meados de Julho partíamos para Moledo do Minho, onde ficávamos até fins de Agosto e em Setembro, a minha mãe e eu, demandávamos as termas do Gerês. para a minha cura de águas Entre o Gerês que eu recordo desse tempo, 1942/49 e o Gerês

COMUNICAR

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Algumas pessoas que conheço, adoram o Facebook.E segundo dizem, é pela facilidade com que nos põe em comunicação com os outros. Para mim, o seu maior encanto é ficarmos a conhecer o que se passa com a família e com os amigos. Também é gostoso recebermos uma mensagem de alguém que já não contactávamos há muito. E por fim, o facebook é como o totoloto: é fácil, é barato e dá milhões..de ligações às quais podemos aceder ou rejeitar. Além disso para escrever: - ò mano, que é feito de ti? ou “ Clarinha gostei imenso de ver a tuafotografia, estás uma gata” não é preciso nenhum mestrado em português ou trocar ideias que é preciso desenvolver. Para isso, lá estão os blogues. Mas voltando aos contactos e à comunicação ambos tão apreciados, fez-me recordar quantas pessoas temos à nossa volta para comunicar e não o fazemos. No meu caso, pensando nas mulheres e homens da minha vida, mais directamente ligados a mim como é que comuniquei com elas? Com a Chicha, minha protectora de castigos sev

PARA A MARTA,DAVID E MARIA

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Dos meus cinco netos, 3 são luso- holandeses. O David e a Maria, pela parte da mãe o Benjamim pelo pai. Mas todos, a Marta a Sara e o André, portugueses a cem por cento, o David e a Maria ambos já em idade de terem opiniões e fazerem escolhas, são acima de tudo EUROPEUS Quanto ao Benjamim, será primeiro ocidental, depois holandês, e por fim português. E essa escolha que eles não fazem conscientemente, tem a ver com o local onde nasceram, onde vivem, na família que os rodeia, nos amigos que têm. Esse facto, poderá ser suavizado pela forma como a Marjan, mãe do David e da Maria, casada com um português e a viver em Portugal e a Marta, mãe do Benjamim, casada com um holandês e a viver na Holanda, os façam amar, conhecer, interessar-se por essa segunda pátria a qual pertencem. Estes casamentos mistos deveriam ser uma oportunidade de ouro para a maior parte possível dos povos se entenderem. Não só com Boa Vontade, com Ideais alicerçados em teorias, mas pelo trato constante, pela melhor com

O DESTINO EXISTE ?

O DESTINO EXISTE? Quando nascemos trazemos connosco o percurso da nossa vida já determinado, ou tudo acontece ao acaso, aos abanões da vida? Nascemos com a morte assinalada para determinado dia, ou somos nós que a chamamos, com as malignidades cometidas contra esta complicada máquina que é o nosso corpo. ou com a irresponsabilidade de algum condutor bêbado e drogado?Colaboramos pessoalmente no traçado da nossa vida ou somos marionetes inconscientes dum Criador brincalhão? Esta filosofia de dona de casa, de mulher burguesa, surgiu porque estando eu a digitalizar umas fotos antigas,deparou-se-me um alegre grupo de campistas Estávamos no Parque de Campismo de Sines , em 1966,um conjunto de famílias amigas, algumas ligadas por laços familiares, eu e a minha prima Fernanda, outros pela profissão doa maridos, caso do Alberto Costa e do Francisco Brito, outros pelo facto simples de todos anos, no mês de Agosto, nos reunirmos ali. Quase todos tínhamos filhos adolescentes, que transmit

DE LUTO ME VESTI

Na segunda semana de Maio começaram a chegar mensagens à minha caixa do correio e SMS ao telemóvel, convidando-me a, nos dias 22 e 23,vestir-me de preto, em sinal de luto pelo meu país que agonizava. No dia 22 nem pensar nisso pois era o V Grande Encontro dos Garraus e o II Capítulo da Confraria dos mesmos Pássaros, não sendo ocasião para alardear mágoas. Mesmo assim, como usei o traje de gala da Confraria: T-shirt e avental, tudo branco com o Garrau negro estampado, vesti-me de luto…à chinesa. No dia 23 equipei-me a rigor: meias, saia, blusa, tudo mais negro que a noite escura. A Ana e eu fomos correr as ruas de Stª Cruz, ostentando o nosso luto mas parece que pouca gente se apercebeu que o País agonizava . Meia dúzia de gatos-pingados, ou melhor gatas, porque os cavalheiros envergavam as habituais calças de ganga e camisas de meia manga, os parolos vestiam calções e camisolas à estivador e os jovens continuavam a usar os calçanotes meia perna e largos, como os dos palhaços ricos E