COMUNICAR

Algumas pessoas que conheço, adoram o Facebook.E segundo dizem, é pela facilidade com que nos põe em comunicação com os outros. Para mim, o seu maior encanto é ficarmos a conhecer o que se passa com a família e com os amigos. Também é gostoso recebermos uma mensagem de alguém que já não contactávamos há muito. E por fim, o facebook é como o totoloto: é fácil, é barato e dá milhões..de ligações às quais podemos aceder ou rejeitar.
Além disso para escrever: -ò mano, que é feito de ti? ou “ Clarinha gostei imenso de ver a tuafotografia, estás uma gata” não é preciso nenhum mestrado em português ou trocar ideias que é preciso desenvolver. Para isso, lá estão os blogues.

Mas voltando aos contactos e à comunicação ambos tão apreciados, fez-me recordar quantas pessoas temos à nossa volta para comunicar e não o fazemos.

No meu caso, pensando nas mulheres e homens da minha vida, mais directamente ligados a mim como é que comuniquei com elas? Com a Chicha, minha protectora de castigos severos, modista das minhas bonecas, a única com paciência para acender o fogão a lenha, uma perfeitíssima miniatura onde não faltava a caldeira para aquecer agua , forno, estufa e quatro bocas de fogo; Com a minha tia Palmira que tão bons conselhos e lições práticas da vida me deu, me deu e tanto me ensinou a encarar a vida; com a minha filha e nora, com as minhas netas. De todas, talvez a única com que comuniquei verdadeiramente, foi a minha avó.Mas isso resultou da cumplicidade silenciosas que existia entre nós, duas solitárias. Ela porque não podendo descer muitas vezes ao andar de baixo estava reduzida ao quarto eu, porque não gostando muito de falar, preferia o meu ao andar de baixo povoado de mulheres tagarelas.

Quando descobri os talentos da minha avó como contadora de histórias familiares, passamos longas horas de prazer para ambas:eu querendo saber tudo obre aquelas mulheres a homens de quem eu descendia, da vida numa aldeia, dos hábitos, para mim quase estranhos, Ela narrando com prazer, porque voltava ao passado que lhe era tão querido. Penso que posso chamar a essas conversas “comunicação. Com os homens da minha vida, o único com que comuniquei verdadeiramente foi com o meu pai.

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