OS MAIS VELHOS,OS MAIS NOVOS E OS DO MEIO
Entrar na quarta idade, (como alguns pretendem
chamar aos anos de vida começados a partir dos 80) é por vezes muito agradável.
Como estamos mais incapacitados fisicamente abrimos espaço para atividades
mentais, (em alguns casos) investirmos na reflexão, na análise pessoal e na dos
que nos rodeiam e isto é muito gratificante, embora por vezes, seja uma surpresa
dispensável. Com os meus 81 anos e algumas moléstias que me obrigam a
permanecer em casa mais tempo, uso-o analisando acontecimentos e pessoas começando
por mim própria e pelos episódios que preenchem a minha vida. E quantas
surpresas me causaram essas análises e como foi inquietante conhecer o meu EU
sem evasivas
Estas fachas
etárias, na maior parte dos casos, têm uma coisa em comum: Acalentam os mesmos juízos
uns pelos outros Como já passei pelas três, conheço bem os sentimentos que nos
envolvem em cada uma além das razões pessoais que alguns têm para acentua-los.
Comecemos pelos mais novos, idade em que se formam
temperamentos, adquirem-se hábitos e aprende-se a sentir emoções. Para tudo
isso são indispensáveis os genes que lhes são dados pelos progenitores. É a
fusão de todos eles que formam a sua personalidade especial e única Nada mais
certo do que este pensamento que li algures “No
início, os filhos amam os pais. Depois de um certo tempo, passam a julgá-los
depois aceitam-nos» Por muito amor e agrado que demonstrem por serem nossos filhos, quando abandonam a infância
julgam-nos impiedosamente e resignam-se a associar-se ao clã, mas sempre
fixando as suas regras.
Passemos aos do meio àqueles que
sendo todos filhos alguns são igualmente pais. Estes últimos ninguém os
preparou para essa função. Não frequentaram o curso básico e secundário de
“como criar e educar um filho” Se não procederem duma família bem estruturada, ficam com uma tarefa difícil.
Frequentemente esquecem-se que também foram filhos indignados com as ordens paternas,
sentindo que os progenitores não os compreendiam, sentindo-os sempre em
oposição aos seus desejos. Mas concordo que a geração do meio, enfrentou situações difíceis
Tiveram que começar uma fase da sua vida, sem saberem bem como faze-lo, muitas
vezes enganando-se nas suas capacidades e interesses Casaram ou não casaram mas
transitaram por esse período sempre de difícil adaptação Quando foram pais sentiram-se entre o desejo
de agradar aos filhos e o que, o bom senso dizia-lhes estar errado. Nessa época
as classes misturavam-se, não pelo nível mas pelos falsos messias que pregavam
que todos os seres humanos são iguais e têm direito às mesmas oportunidades. Os
seres humanos não são todos iguais Um homem muito rico pode ser grosseiro e
inculto, ao passo que outro de ascendência humilde pode ser sabedor e delicado.
A igualdade entre eles deve ser o direito de ter as mesmas condições para
alcançarem os mesmos caminhos. Se o filho de um homem rico tem dinheiro para se
instruir, o filho dum homem pobre deve ser o estado
a proporcionar-lhe as mesmas oportunidades, se ele o merecer. Porque se ao
filho do rico são os pais que lhe pagam os estudos, ociosidade e a cretinice é o Estado quem paga ao estudante
sem posses E o ESTADO somos nós contribuintes
Finalizemos com Os
mais velhos.
Os mais velhos trazem uma longa e proveitosa
experiência do Passado embora para a maior parte, não lhes proporcione qualquer
vantagem. Envolvem-se tanto nas suas mazelas físicas deficiências próprias da
idade, no pouco tempo ou vontade que destinaram a alimentar o espirito, ao
contrário do fizeram com o corpo, que maior parte deles tornam-se egocêntricos
e rezingões. Felizmente não são todos assim. Conheço pessoas idosas, encantadoras,
cuja conversa é um prazer. Com eles adquirimos, quando mais novos, uma série de
conhecimentos e conceitos aperfeiçoados pela sua longa experiência da vida,
pelos conhecimentos que obtiveram nas suas profissões e vivências sendo um
prazer escutá-los e beneficio pessoal aprender com eles.
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