VÉLLINHAS & VELHINHOS

Umas e Outros vivem a velhice de maneiras diferentes. Qualquer deles pode ser angelicaL,paciente,fonte de sabedoria ou verdadeiros mestres da intriga,a praga de qualquer nora ou genro, ou dos dois, o tsunami de qualquer família.
Mas que dizer dos meio-vélhos? Podem ser amigos, compreensivos, disporem do seu tempo ouvindo repetições da mesma história vezes sem conta.ou podem ser igualmente impacientes, mauzinhos ou pior ainda, ignorando-os, como se fossem, na melhor das hipóteses, flores que é preciso regar.
Há cerca de ano e meio, encontro-me conscientemente na velhice. Podemos ter idade, mas não sermos velhos. Mas quando por esta razão ou outra razão deixamos de ser totalmente independentes, é a velhice que chegou, Precisamos muito ou pouco que nos prestem alguns cuidados e mesmo que estejamos na nossa casa,nunca mais seremos inteiramente nós.Afirmam os filósofos  enfaticamente – é a lei da vida;primeiro cuidamos dos filhos,depois eles cuidam de nós.É bonito de dizer,mas por vezes difícil de fazer.
Por mim, penso que depende muito das duas partes.Os Velhos, devem ter o bom senso de reconhecer que, se muito se alterou na vida deles,também alguma coisa se complicou na vida dos filhos. Cada vez que peço auxílio à minha filha,tenho que pensar que de algum modo vou perturbar a vida dela.Eu sei que ela o faz  não só com boa vontade mas também com amor.Porque auxiliar é Amor. 
Que dizer dos anos da sua infância, adolescencia da vida em comum connosco? Fomos nós os pais que eles desejaram? Nem sequer os poderam escolher! E alguns filhos compreenderam  as dificuldades que os pais enfrentaram, os sustos quando estiveram doentes,o medo quando os viram escolher um caminho acidentado?
Não é possível fazer essa conta do “deve e haver" entre filhos e pais Quando muito, ao fim desses longos anos de convivência podemos esperar que haja amizade e compreensão Das Vélhinhas,dos Velhinhos e dos Filhinhos.

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