O CASAMENTO
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Faz hoje 62 anos que, no Mosteiro da Batalha, eu e o meu marido demos o “sagrado
nó”. Curiosamente, já muito avançada nos setenta eu julgo ter compreendido o
que significa a palavra. Se quisesse representá-la materielmente,eu diria que é
um armário com muitas gavetas no qual se vão acumulam o “Deve” e o “Haver “Não
há casamentos perfeitos e, felizmente com muitas exceções, passado o encanto de
estarem juntos mas separados, começa a rotina do dia-a-dia com problemas acrescidos.
Um salamaleque a menos da parte dele, um subtil desmazelo da parte dela, a
eterna discussão sobre a família de cada um, a repentina ambição dela de “fazer
“carreira” a pouca ajuda dele nos trabalhos domésticos, os filhos, que dão despesa,
trabalho e para os quais têm pouco tempo, o interesse que pode ser dos dois,
noutra pessoa sempre gentil, sempre bonita/o e por fim a infidelidade. Estas
são as coisas que podem ser metidas dentro das tais gavetas e, depois de feito
o balanço, esquecer o que correu mal e voltar ao princípio. Mas é uma coisa
muito difícil de fazer, porque não se esquece com facilidade as mágoas passadas.
Ao verificar hoje o “meu armário, tenho algumas gavetas fechadas e muitas abertas.
Mas a melhor parte do meu casamento, são os meus filhos, os meus netos e os
meus bisnetos. E com nenhum outro homem que tivesse escolhido para casar eu
teria os óptimos filhos que tenho hoje.
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