PAIS, OS PROFESSORES E JORNAIS

Os portugueses, neste caso, pais professores e jornais, não cessam de me espantar. Quando as criancinhas foram prestar provas do quarto ano a outra escola, foi um clamor que deu brado. As crianças ficariam stressadas por irem de autocarro a outro centro escolar, os pais estavam arrasados, e os próprios professores não achavam nada bem que os “seus “ alunos prestassem provas com outros professores senão os seus, Isso iria perturba-los imenso. Na reportagem que fizeram depois da prova, os infantes mostravam-se felizes e rir, as provas não tinham sido difíceis. E agora? Quando estudaram tanto para estes exames, quando já estavam mentalizados para a nova prova, os pais, os professores, os jornais não se manifestam? Será que os pais já não se importam com o traumatismo dos filhos? Os professores já não se interessam que eles  façam a prova nem com os seus professores nem com outros mas pior ainda, que não afaçam? Eu sei que a greve é um direito democrático, uma conquista do 25 de Abril. Mas a greve não poderia ser interrompida por um dia? E as avaliações se forem feitas durante outra greve? Quanto tempo estas crianças terão que esperar para saberem os resultados? O que alguns portugueses sofrem é dum profundo egoísmo. Primeiro eu e os meus direitos e os outros que se danem. É  assim com as greves dos transportes que tanto transtorno e despesas extras fazem aos seus utentes, com  a dos médicos e enfermeiros. E se nós, reformados e famílias também fizéssemos greve e não pagássemos impostos? Mas não podemos. Lá se ia a nossa pensão, os duodécimos que ninguém entende.

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