EU,FOTOGRAFIAS E VIDEOS
Quase exclusivamente, uso o facekook para colocar lá
fotografias e vídeos da família, para que os mais novos conheçam familiares
além dos Pais, se é que os conhecem bem. Declaro que não pretendo ser uma
realizadora ou fotografa cinco estrelas. Pelo contrário, quase tudo neles está
mal: ou a música não entra nos tempos devidos, ou as fotografias são péssimas,
mas isso para mim não tem grande importância. O que me importa realmente é
guardar o mais possível e de todas as maneiras, recordações da família a que
todos nós, quer gostemos ou não, pertencemos. A conclusão que cheguei é que os
velhos esquecem que foram já foi novos e não se preocuparam muito com a geração anterior
à sua. Os jovens, esquecem-se que serão velhos, que os filhos vão debandar para
outras famílias, e assim deve ser, que terão filhos que lhes darão alegrias e
desgostos tal como eles deram aos pais. A velhice deu-me a sabedoria de
compreender que não é por sermos filhos e pais biológicos que devemos amarmos
uns aos outros. Há tantas coisas e acções a comandar esses sentimentos! É por
isso que a Família,para mim é tão importante. Rodeada de gente, os meus pais,
duas avós, uma fada madrinha chamada Chicha, fui desde criança uma pessoa muito
solitário e encontrei na Avó Maria, na sua simplicidade de mulher rural, uma
maravilhosa companheira.Também ela, rodeada de gente, não participava na sociedade
tagarela e banal que se vivia no andar de baixo, mas estava tão cheia de recordações,
dos seus tempos de criança, de rapariga, de mulher casada, subitamente vivendo
num ambiente de luz, ruído, pessoas diferentes daquelas com quem tinha convívio
até então, que nunca estava sozinha. Jamais construíra um muro à sua volta, isolando-a
nos seu achaques-nos seus momentos de profundos desgostos, na saudade que
sentia do passado. Ela vivia alegremente desse Passado. que só possuindo uma família, mesmo que essa família não esteja
presente, relembrando os dias em que nos
sentimos felizes e os outros em que pensámos que nada nos restava e no fim surgiu
algo que nos renovou a esperança, a
maneira como soubemos armazenar tudo isso, para termos sempre algo que nos
conforte na solidão. E como duas cúmplices, eu perguntando, ele contando, foi assim
que fiquei com esta mania de guardar tudo o que possa sobre aqueles a quem pertenço.
Eu não quero ser um individuo, embora desde alguns anos tenha tentado ser uma Pessoa.
Mas nunca serei nada se não aceitar que tudo o que sou, com excepção dos meus
prorios”eus” devo aos meus antepassados à minha Família.
Pretendo deixar aos meus filhos, aos meus netos, aos meus bisnetos,
um abundante capital da sua história. Muitos avisam-me: mas tu pensas que eles
vão ligar alguma coisa a isso? Se não ligarem paciência Além disso tenho-me
divertido tanto a escrever no blogue da familia, no meu blogue, em fazer,mal ou bem os vídeos dos
acontecimentos nos quais parte da família tem participado,que”tudo vale a pena
quando a alma não é pequena".
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