NO 2º DOMINGO DO ADVENTO
Hoje, 4 de Dezembro, maior parte das igrejas cristãs comemora o 2º Domingo do Advento, preparando-se para o Natal. Nós, os menos praticantes, devíamos meditar verdadeiramente na palavra Advento, que significa “chegada” o que “há-de vir"
O que está para vir para os portugueses que pertencem a uma classe verdadeiramente média, aquela que subiu um nível sem chegar a atingir o princípio do topo, não será nada de bom. Os muito pobres, continuarão muito pobres mas não atingidos pelas sanções decretadas pelos nossos credores. Os ricos, continuarão ricos sem que as tais sanções os preocupem muito. Os safados continuarão a "governar-se “e cada vez melhor. Mas a classe média, aquela que vive dos rendimentos do seu trabalho para outros, das suas pensões, não benesses que o governo dá, mas para as quais contribuiu durante todos os anos de trabalho serão os mais atingidos e não só materialmente, mas também psicologicamente. “Estar mal”, não significa só pobreza, fome, e frio.” Estar mal” para nós a classe média, que não gastava para além do que podia, para quem era impensável possuir coisas só porque os outros as possuíam significa abdicarmos de pequenas comodidades que granjeámos ao longo dos anos com rendimentos de trabalho, legados dos pais, privações de pequenos “luxos” que sonhávamos experimentar um dia. Significa perder a esperança e ganhar apreensões sobre o futuro que nos espera. Significa preocupações com os nossos filhos que podem ficar sem emprego, com os netos, por cujo futuro tememos. Pior ainda, significa termos que partilhar com eles o que temos, desde a casa até ao corte nas nossas despesas planeadas.
É curioso que ao chegar a CRISE às nossas portas, a TROIKA ao nosso país, até estávamos dispostos a aceitar os sacrifícios que nos iriam ser pedidos. Mas esperávamos também ver o país tomar rumo que, para além de pagar os esbanjamentos cometidos em sucessivos anos de governação começasse a criar qualquer coisa que nos desse esperança.
Winston Churchill no seu famoso discurso em 1940 disse ao seu povo a «Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.» Mas temos um objectivo. Vitória – vitória a todo o custo.”
É certo que o nosso 1º ministro não nos pediu tanto. Abdicou do sangue, mas deixou o sofrimento, as lágrimas e o suor e só para alguns. E o que ele promete é vago, sem resultados à vista, sem nos dar razão para acreditarmos nele, para pressagiarmos que alcançaremos de novo o bem-estar a que temos direito.
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