EU PECADORA ME CONFESSO....
Confesso o egoísmo, a indiferença, o desamor que me levam a ignorar atitudes que certas pessoas têm para comigo.
Isto vem a propósito da minha amiga Abelha, vítima da doença de Parkinson que lhe dificulta a fala, direi melhor, que torna ininteligíveis as suas palavras, que só anda apoiada ao braço do marido e com muita dificuldade e que apesar dessas condições tão difíceis, enfeita com flores secas, botões coloridos e até massas de vários feitos e cores molduras de madeira para os retratos dos meus netos e bisnetos.Ofertas de amor que eu agradeço sem entusiasmo e algo enfadada.
É claro que não é assim tão rude como estou a expor, mas pouco falta. E quando me impaciento com a sua mentalidade já um pouco afectada pela doença, ignoro quanto quanto carinho por mim, representa o seu trabalho.
Esquecendo-me do que ela foi, (chamamos-lhe Abelha, porque ela sempre nos lembrou esse insecto, com os seus gestos activos) recordo-me apenas do que ela é agora, sem reparar quanta amizade há nos seus pequenos e desajeitados gestos de amizade,
Quando compreendi a minha atitude( é bom passear sozinha no paredão)penso que nunca me senti tão envergonhada.
E quantas vezes terei procedido da mesma maneira com outras pessoas, não agradecendo ajudas e cuidados que tiveram comigo? Com as enfermeiras que cuidaram de mim quando fui operada ao coração,que me lavavam, que me tratavam, e que ainda vinham conversar comigo para me distrair da ansiedade,dispensando-me o seu tempo? E a quem eu nunca agradeci senão duma forma formal e seca e por vezes nem isso. Quantas vezes não agradeci com verdadeira gratidão à minha vizinha quando vem perguntar se estou bem,quando não me vê durante alguns dias? Quantas vezes me enfadei quando alguém me telefona só para conversar, terminando a conversa o mais depressa possível?
A falta de gratidão por aquilo que nos fazem de bom, sejam cuidados físicos, seja uma palavra gentil, seja um doce que se leva a um vizinho, é um peso terrível na consciência. Porque nos mostra como somos mesquinhos e pequenos. Os bons propósitos que fiz para me emendar, para agradecer do coração e retribuir-lhe, as gentilezas da minha amiga Abelha, não evitam que continue a sentir-me triste pela minha falta de amor.
Isto vem a propósito da minha amiga Abelha, vítima da doença de Parkinson que lhe dificulta a fala, direi melhor, que torna ininteligíveis as suas palavras, que só anda apoiada ao braço do marido e com muita dificuldade e que apesar dessas condições tão difíceis, enfeita com flores secas, botões coloridos e até massas de vários feitos e cores molduras de madeira para os retratos dos meus netos e bisnetos.Ofertas de amor que eu agradeço sem entusiasmo e algo enfadada.
É claro que não é assim tão rude como estou a expor, mas pouco falta. E quando me impaciento com a sua mentalidade já um pouco afectada pela doença, ignoro quanto quanto carinho por mim, representa o seu trabalho.
Esquecendo-me do que ela foi, (chamamos-lhe Abelha, porque ela sempre nos lembrou esse insecto, com os seus gestos activos) recordo-me apenas do que ela é agora, sem reparar quanta amizade há nos seus pequenos e desajeitados gestos de amizade,
Quando compreendi a minha atitude( é bom passear sozinha no paredão)penso que nunca me senti tão envergonhada.
E quantas vezes terei procedido da mesma maneira com outras pessoas, não agradecendo ajudas e cuidados que tiveram comigo? Com as enfermeiras que cuidaram de mim quando fui operada ao coração,que me lavavam, que me tratavam, e que ainda vinham conversar comigo para me distrair da ansiedade,dispensando-me o seu tempo? E a quem eu nunca agradeci senão duma forma formal e seca e por vezes nem isso. Quantas vezes não agradeci com verdadeira gratidão à minha vizinha quando vem perguntar se estou bem,quando não me vê durante alguns dias? Quantas vezes me enfadei quando alguém me telefona só para conversar, terminando a conversa o mais depressa possível?
A falta de gratidão por aquilo que nos fazem de bom, sejam cuidados físicos, seja uma palavra gentil, seja um doce que se leva a um vizinho, é um peso terrível na consciência. Porque nos mostra como somos mesquinhos e pequenos.
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