OS DEUSES DEVEM ESTAR LOUCOS

O Zé Povo, bem mais atilado do que o julgam mas com aquela pecha tão característica dos portugueses do “não te rales, mas não te entales”, vai suportando tudo com paciência a acautelando os bens que lhe restam. Poupa, modera gostos e apetites, não alimenta sonhos nem mantém ideais,sobrevive,na esperança do que o tsunami lhe passe por cima sem grandes danos.

Os portugueses que não são Povão, mas gente sábia,inteligente,politizada,palradora nas tertúlias dos cafés,escrevendo nos jornais ou botando palavra na TV sempre que pode, fazem-me lembrar os pacientes dos hospitais psiquiátricos que se julgam Napoleões, Faraós de Egipto ou Osamas Bin Laden.

Tanto discutem o sexo dos anjos, que ficarão muito admirados no dia em que os professores não receberem os seus salários, os médicos olharem para a mãos vazias, os hospitais fecharem porque não têm lençóis para as camas nem gaze e algodão nos armários; os híper mercados tiverem que colocar mercenários armados às portas para evitarem o saque, escolas e liceus não abrirem porque os pais dos alunos não terão gasolina nem carros para os transportar;os transportes públicos não funcionarem porque os motoristas estarão a decidir se devem fazer uma greve ou uma marcha de protesto. E não falo no espanto dos ministros, deputados e demais fauna, quando verificarem que os policias que os protegem e o carro com motorista não está à porta, porque esses provavelmente ainda mais acautelados que o Zé Povinho, já estarão em Zermat fazendo ski, numa reunião com algum banqueiro suíço, ou em Bora Bora, bem longe das confusões portuguesas.

É uma visão de caricatura? Mas o que é este nosso dia a dia palavroso e ridículo, onde a esquerda usa palavras como impor impedir lutar,onde os políticos continuam a acusar-se mutuamente como vizinhas desavindas,onde uns tantos continuam a planear férias, usando a varinha magica que é o cartão de crédito como se não estivéssemos a um passo da situação de não haver dinheiro,cacau, gita, tojé pingo, bago, milho, para as as despesas correntes, para pagar as dividas atrasadas, as dividias actuais, as que faremos em seguida, senão uma caricatura?

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