DIA DE NATAL

Neste Natal eu recebi muito mais do que dei.E não me refiro a valores materiais, mas sim a qualquer coisa muito mais significativa:a sensação que demos prazer a alguém.

Também não estou a falar das prendas que troquei com a Família e os Amigos.Quase sempre são gratificantes,porque representam o cuidado em escolher uma coisa que sabemos o outro apreciar, isto é,pensar nessa pessoa com interesse.

Falo dum pequeno gesto de carinho que tive com aquelas pessoas silenciosas e despercebidas que nos fornecem todos os dias aquilo que precisamos e quase não ocupam espaço nas nossas vidas movimentadas:uma flor,uma flor muito singela,com o pé enrolado numa pratinha e uma fita verde ou vermelha enroscada em caracóis, acompanhando o tradicional Bom Natal que sempre desejo a cada um,deixou-os felizes, surpreendidos e alguns quase comovidos.

Eu sei que isto pode parecer piegas ou até estranho, num tempo em que as pessoas entram nas grandes superfícies que parecem uma cidade de formigas, a correr ou nas lojas da Baixa Lisboeta,onde os empregados/as parecem manequins, mais desejosos que chegue o fim do dia para voltarem para casa do que atenderem os clientes com um sorriso.Mas eu tenho a ventura de viver numa vila onde quase todos se conhecem pelos nomes,onde ainda perguntamos uns aos outros como está a família,onde, se alguém está doente, inquirimos se melhorou.(pelo menos os que vivem aqui há muitos anos)

Gostaria que os meus netos, todos os netos do mundo, porque é a gente nova que vai fazer o futuro,aprendessem que, quem pensa mais em si do que nos outros,caminha para o isolamento,para um vazio de sentimentos que não é bom para eles nem para os outros.

Porque podemos sentir nos sós no meio duma multidão,dentro da família, viver ao lado duma pessoa e continuar só.E essa é a mais aterradora das solidões




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