NATAL 2008
Passou o Natal, a minha festa predilecta, dias em que ando com o coração de criança feliz, passou a ultima noite do ano, noite aplicada a lembrar o Passado, a contabilizar o Presente, a pensar no Futuro, passaram os Reis, a nossa festa de família, e nada escrevi no blogue acerca desses acontecimentos.
Não que a quadra natalícia não fosse agradável, com a consoada reunindo filhos e netos e o Benjamin figurando como o nosso Menino Jesus.
O Almoço de Natal com as veneráveis primas e familiares, deixa sempre boas recordações. O espectáculo que a Ana e eu oferecemos à família, uma série de Slides revivendo tempos e natais antigos, teve um certo sucesso.
O almoço do fim do ano, com o Manel e com a Odete, velhos amigos, quase irmãos, tradição que mantemos há muitos anos, decorreu bem porque é sempre bom recordar momentos duma amizade perfeita. Além disso, como somos velhos e sabidos,aprendemos que há um tempo para tudo: há tempo para conversar e recordar enquanto apreciamos o borrego,para brindar à nossa amizade e ao Ano que vai entrar, enquanto nos deliciamos com a lampreia de ovos e a taça de espumante da praxe; lembrámos os filhos,os netos e amigos distantes durante o café. Mas depois disso, é tempo de cada um regressar à tranquilidade das nossas bem-aventuradas vidas.
Porque não escrevi então, nesta minha semi privacidade, com o entusiasmo dos outros anos?
A minha amiga Lita disse-me uma vez, que depois dos 70,os anos começam a pesar. Na altura, afirmei-lhe que não;o entusiasmo se for bem gerido, nunca desaparece.Mas verifiquei que,se o entusiasmo,que é um sentimento,não desaparece,precisa de boa forma fisica para o sustentar. Mas precisa do físico para o sustentar.E o físico, com os anos, vai cobrando o seu preço.
Mas há outra razão: este ano, o meu Natal, que me parecia tão feliz com a presença do Benjamim, teve uma baixa. Essa triste história de “junta/separa”, entrou na minha família A Sara e o Michael separaram-se e isso pesou no meu coração
Não que acontecesse pela primeira vez no meu clã.Embora espere, sem muitas esperança, que seja a ultima.
Nos tempos que correm é tão fácil perder afectos, esquecer momentos bons, pôr de parte projectos construídos a dois! É tão simples pegar nos tarecos pessoais e partir para outra ou deixar partir!
A gente nova que se julga sábia porque falam três ou quatro línguas e brilha nas suas ocupações, devora a vida sem a saborear, não aprendendo a pensar que a juventude, a alegre vida despreocupada vai mudando com o tempo, perdendo o brilho,a superficialidade.Os muitos amigos,companheiros de farras.irão diluindo-se por novas paragens e novas amizades, só restando aqueles que tenham sido estimados e respeitados.
Toda a gente precisa de alguém com quem tenha tecido planos e arquitectado sonhos para o futuro. Podemos estar rodeados de filhos e netos, de familiares, de amigos sinceros, mas se não existir esse parceiro com quem vivemos bons e maus momentos, de quem, mutuamente,recebemos benesses e tolerámos defeitos, ou a saudade que deixou se já tiver partido,, estaremos sempre sozinhos.Mesmo numa noite de Natal.
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