1º domingo do advento 2007
Cumprindo a tradição, o Almoço do 1º Domingo do Advento, reuniu toda a Família, com excepção dos que vivem no estrangeiro: A Marta e o Reuben que só chegarão a 23, o André que já está na Suíça, onde é professor de snowboard e lá passará o Natal.
Como é da praxe, tudo começou dias antes: retirar as decorações dos locais onde estavam guardadas, as loiças de Natal do armário, as toalhas das gavetas, experimentar as luzes, enfim, essa alegre balbúrdia, que fez a delícia da minha infância e continua a fazer, até hoje.
Tenho dificuldade em compreender os comentários de algumas pessoas que frequentam a minha casa:- Mas que trabalho! Não sei como tem paciência!
Como poderia considerar trabalho uma coisa que me dá tanto prazer? E a minha paciência, com a idade, é quase infinita.
Na verdade, o Natal é o tempo mais feliz da minha vida. Sempre foi; mesmo quando perdi alguém muito querido, mesmo quando os tempos eram de vacas magras (é certo que as minhas vacas nunca foram esqueléticas) mesmo quando a profissão do meu marido o mantinha longe de nós,nesta ocasião que toda a família preza tanto.
Para mim, o Natal é Fé e Tradição.
Fé, é acreditar em coisas que se esperam e a convicção das coisas que não se vêm, diz S. Paulo, na sua epístola aos Hebreus.
Tradição é a preservação e prática de conhecimentos, de valores espirituais, de hábitos e costumes, transmitidos de geração em geração.
Embora afastada do catolicismo praticante, continuo fascinada pelas palavras de Cristo, tão fortes, que apesar de todos os erros dos homens, mantêm viva a sua memória e conservam a pureza nos sentimentos de tantos homens e mulheres que as seguem fielmente.
Tradição é o grande legado da minha avó, que sempre fez do Natal uma festa e na sua maneira singela,nos ensinou a vivê-lo com alegria. Tradição é o que eu aprendi com os meus amigos dos países do Norte, que sabem encher o natal de cor, de brilho, de luzes, de calor.É o culto das velas que a minha nora me ensinou a apreciar. Na sua casa, as velas estão sempre presentes, mas nesta época, as belas velas vermelhas, grandes e pequenas, largas e finas, são as rainhas das decorações.
Infelizmente, o Natal não é só luz, brilho e cor. Como será o Natal….
Dos pais daquele rapaz que perdeu a vida num brutal acidente?
De quem sabe que irá morrer dentro de meses?
Para o jovem paraplégico que viu desaparecerem subitamente todas as esperanças, morrerem todas as expectativas dum futuro brilhante?
Para os velhos, abandonados pela família num hospital?
Para aqueles que mesmo rodeados de gente se sentem desesperadamente sós?
As pessoas acima mencionadas não são fictícias nem um mito. Existem, muitas vezes silenciosas e doridas e o mais admirável de tudo, muitas vezes conformadas, muitas vezes capazes de escreverem a mais bela página da sua vida,numa despedida que tem muito de Fé.
Comecei por evocar alegres motivos para esta postagem.
Mas na época natalícia, a contagem do muito que tenho, faz-me pensar no pouco que dou em troca: ao meu Criador, que me concede um pensamento livre e capaz de admitir que posso errar; a saúde ,que muitos não têm; a Familia, cheia de jovens saudáveis, não muito complicados, errando mais pela tolice do que pela maldade,a todos os que convivem comigo, familiares ou não, que me estimam o suficiente para desculparem e compreenderem os meus piores defeitos, de me incitarem a cultivar as minhas melhores qualidades.
Enquanto eu não for capaz de dar mais, mesmo que seja mais uma palavra de conforto, mais o silêncio de alguém que não pode dizer nada perante uma mágoa tão profunda, mas está presente, o meu Natal não será tão colorido como eu gostaria que ele fosse.O meu e o de todos.
Como é da praxe, tudo começou dias antes: retirar as decorações dos locais onde estavam guardadas, as loiças de Natal do armário, as toalhas das gavetas, experimentar as luzes, enfim, essa alegre balbúrdia, que fez a delícia da minha infância e continua a fazer, até hoje.
Tenho dificuldade em compreender os comentários de algumas pessoas que frequentam a minha casa:- Mas que trabalho! Não sei como tem paciência!
Como poderia considerar trabalho uma coisa que me dá tanto prazer? E a minha paciência, com a idade, é quase infinita.
Na verdade, o Natal é o tempo mais feliz da minha vida. Sempre foi; mesmo quando perdi alguém muito querido, mesmo quando os tempos eram de vacas magras (é certo que as minhas vacas nunca foram esqueléticas) mesmo quando a profissão do meu marido o mantinha longe de nós,nesta ocasião que toda a família preza tanto.
Para mim, o Natal é Fé e Tradição.
Fé, é acreditar em coisas que se esperam e a convicção das coisas que não se vêm, diz S. Paulo, na sua epístola aos Hebreus.
Tradição é a preservação e prática de conhecimentos, de valores espirituais, de hábitos e costumes, transmitidos de geração em geração.
Embora afastada do catolicismo praticante, continuo fascinada pelas palavras de Cristo, tão fortes, que apesar de todos os erros dos homens, mantêm viva a sua memória e conservam a pureza nos sentimentos de tantos homens e mulheres que as seguem fielmente.
Tradição é o grande legado da minha avó, que sempre fez do Natal uma festa e na sua maneira singela,nos ensinou a vivê-lo com alegria. Tradição é o que eu aprendi com os meus amigos dos países do Norte, que sabem encher o natal de cor, de brilho, de luzes, de calor.É o culto das velas que a minha nora me ensinou a apreciar. Na sua casa, as velas estão sempre presentes, mas nesta época, as belas velas vermelhas, grandes e pequenas, largas e finas, são as rainhas das decorações.
Infelizmente, o Natal não é só luz, brilho e cor. Como será o Natal….
Dos pais daquele rapaz que perdeu a vida num brutal acidente?
De quem sabe que irá morrer dentro de meses?
Para o jovem paraplégico que viu desaparecerem subitamente todas as esperanças, morrerem todas as expectativas dum futuro brilhante?
Para os velhos, abandonados pela família num hospital?
Para aqueles que mesmo rodeados de gente se sentem desesperadamente sós?
As pessoas acima mencionadas não são fictícias nem um mito. Existem, muitas vezes silenciosas e doridas e o mais admirável de tudo, muitas vezes conformadas, muitas vezes capazes de escreverem a mais bela página da sua vida,numa despedida que tem muito de Fé.
Comecei por evocar alegres motivos para esta postagem.
Mas na época natalícia, a contagem do muito que tenho, faz-me pensar no pouco que dou em troca: ao meu Criador, que me concede um pensamento livre e capaz de admitir que posso errar; a saúde ,que muitos não têm; a Familia, cheia de jovens saudáveis, não muito complicados, errando mais pela tolice do que pela maldade,a todos os que convivem comigo, familiares ou não, que me estimam o suficiente para desculparem e compreenderem os meus piores defeitos, de me incitarem a cultivar as minhas melhores qualidades.
Enquanto eu não for capaz de dar mais, mesmo que seja mais uma palavra de conforto, mais o silêncio de alguém que não pode dizer nada perante uma mágoa tão profunda, mas está presente, o meu Natal não será tão colorido como eu gostaria que ele fosse.O meu e o de todos.
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