OS BONS E OS MAUS DAS FITAS
Almocei em Lisboa, no meu sossegado restaurante vegetariano, que nesse dia nada tinha de sossegado. Um ruidoso grupo de cinco pessoas impunham as suas opiniões, ruidosamente, a um sexto conviva, que não tinha tempo de manifestar as suas e muito menos contestar as dos outros. Se normalmente sou curiosa sobre as conversas de terceiros, aquele grupo fascinou-me. Os cinco pareciam muito preocupados com as desgraças dos povos oprimidos, dividindo com desembaraço, a humanidade em BONS e MAUS. Como nem sequer eram muito jovens, admirei-me que não compreendessem como essa atitude era insensata. Podemos dividir os Homens em BONS e MAUS, mas não podemos aplicar tal divisão a a uma Nação. Um povo, uma raça, uma religião, não pode ser inteiramente boa ou inteiramente má; ou então, estamos ardilosamente a chamar bons àqueles de quem gostamos e malvados aos outros, que não nos agradam: os Bons e os Maus das fitas de cowboys ou policias e ladrões, que víamos na nossa meninice. Aqueles a quem chama