O JORNAL A FAMILIA

A Aldeia das Carreiras,onde há mais de cem anos nasceram os nossos avós
Hoje, dirijo-me muito especialmente às avós, para lhes contar algo que me aconteceu e que está a tornar-se ,talvez, num dos momentos mais satisfatórios da minha vida.Não só para lhes contar, mas para as incitar a fazerem o mesmo

De vez em quando, sentimos a família um bocadinho dispersa. Os mais velhos, porque são comodistas e achacados, não se mexem dos seus ninhos aconchegados. Os do meio, andam atarefados a construir o futuro. Os jovens, em vez de andarem ,correm. E porque a maior parte foram criados com muito amor, nem se apercebem como é bom pertencer a um clã. Mas é possível, fácil e até muito divertido, conseguir uma maior ligação entre os vários membros da família, sem que isso obrigue a longas missivas, visitas ou mesmo telefonemas. Vou dizer-lhes como.

Tudo começou quase por brincadeira. A minha prima Ana e eu, resolvemos fazer um jornalzinho para a Família. Talvez porque pertencendo à geração dos velhos, conservamos o espírito jovem, talvez porque apreciamos as nossas reuniões, talvez por acharmos triste só conseguirmos juntar bastantes familiares nos funerais daqueles que nos abandonam, pensámos num jornal que circulasse entre nós, pela internet ou pelo correio, que falasse daqueles que mal conhecemos, que contasse noticias, escrito a brincar, sem grandes exigências.
E já resultou, porque via Gazeta, soubemos do casamento do nosso 3ºprimo André com a Margarida, no passado dia 23.


A Família, em Dezembro de 2006, era composta por 52 membros em 4 gerações: o nosso decano, o tio Luís, com 94 anos, os Seniores, (idades entre 80 -60) os Juniores ( 54- 36 ) e os Infantes, (33 / 4 ) isto sem contar com aqueles que entraram na família pelo casamento.

Embora sejamos uma espécie de União Europeia matrimonial (entre nós há Holandeses, Irlandeses, Luxemburgueses) e alguns viverem na Holanda, maior parte reside em Lisboa e arredores. No entanto, conhecíamos muito pouco uns dos outros, para além daqueles que nos eram mais chegados e os jovens nem se conheciam, apesar das idades muito semelhantes.

Se o pensámos, imediatamente o fizemos.a Com muito pouco material, em Junho pusemos a circular o primeiro número do jornal: via Net para os mais dados às novas tecnologias, via correio para os mais velhos, que gostam ler, sentir o papel, guardar para ser relido a qualquer momento.

O que não esperávamos, foi a enorme adesão que teve e a colaboração que surgiu, desde o decano da família, que escreveu versos, até a um dos mais pequenos, o Pedro Domingos, com 6 anos ,que ilustrou a cores o que achava ser a Família.

As perguntas que surgiram da parte dos mais novos sobre “quem é quem,” “como foram os bisavós” “como viviam”, foi uma surpresa para nós. E dada a curiosidade,a minha filha fez-nos um mapa genealógico, que servirá de consulta a quem quiser saber como se Chama o 3ª primo A, o 2º tio B.


Ao entusiasmo que sentimos perante o interesse de todos os membros da família; ao apoio que todos nos dão, à colaboração que nos prestam junta-se o divertimento que é fazer o Jornal. Normalmente funcionamos pelo Messenger e troca de e-mails com os trabalhos feitos ou corrigidos por ambas. Por vezes, pedimos auxilio aos mais novos, que o prestam, divertidos também com esta aventura .Trocamos mensagens com os membros mais afastados para nos mandarem fotografias, traçarem o seu perfil para ser incluído no jornal seguinte.

Quando o Jornal está pronto a ser enviado, juntamos-nos para a verificação final. Enviado, começam a chegar as mensagens com as felicitações, alvitres, perguntas, deixando-nos contentes.E, como disse uma das minhas jovens primas, o Jornal veio provar que a Internet, em vez de separar as famílias por ocupar demasiado tempo dos jovens, pode contribuir para uni-las.

Experimentem. Uma folhinha só, para começar. Com notícias, como: a partida para férias, a 1º comunhão dos netos, aniversários, entrada para a escola primária, secundário, faculdades ,dos nossos descendentes mais jovens. Mandem aos filhos, aos irmãos, aos sobrinhos, aos amigos do peito.Afianço-lhes que todo o trabalho que tiveram, desfrutará de imensas compensações.
Além de manter os neurónios activos e desafiar a imaginação, cria laços familiares,sem o esforço de fazer visitas que não apetecem fazer, preparar refeições que não desejamos preparar, ter longas conversas que por vezes já não queremos manter.

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