OS VELHOS
Os Idosos, só por serem velhos, podem ser impertinentes, déspotas, conflituosos?
Esta pergunta foi- me feita por uma adolescente, cujos avós, marido e mulher vivem em perpetuas disputas um com o outro, complicando a vida de toda a família.
Pensei em todos os casais idosos que conheço, começando por mim, e cheguei à triste conclusão que a resposta à minha amiguinha era SIM. E, não querendo defender as mulheres, conclui, depois da análise feita aos pares,que com incidência de despotismo, arrogância e má educação nos homens.As mulheres também podem ser agressivas e muito implicativas, mas de forma geral, calam-se, refilam um pouco, queixam-se aos filhos ou às amigas, mas nunca lhes devolvem os argumentos por inteiro.
Mas porque motivo, pessoas que viveram tantos anos juntas, não se entendem ,não conseguindo viver em paz e harmonia?
Penso que na vida dessas pessoas há certas ocasiões em que um deles pode estar de tal modo impaciente, que não poderá enfrentar implicações, críticas, nem sequer banalidades.
Aprendi um pouco à minha custa, que casamentos de cinquenta anos, viajam entre o entusiasmo dos PRIMEIROS tempos, o companheirismo e a inter ajuda dos anos em que o casal constrói a sua vida familiar, com tudo o que isso implica de trabalho, desilusão, boas recordações, medo de perder alguém, seja fisicamente ou no seu afecto, bravura para aceitar o que o outro tem de pior, agradecimento pelo que ele nos deu de gratificante. São anos muito intensos, quer tenham sido bons, maus, ou normais .Porque nessa altura não só não temos espaço para nos conhecermos a nós próprios., como talvez nem o soubéssemos fazer com humildade e rectidão
À perda gradual do “tudo em cor-de-rosa”, à desilusão que sofrem todos aqueles que criaram um mito para adorar, querendo a perfeição sem reconhecerem e aceitarem que eles próprios não possuem esse dom, sucede-se o amadurecimento, a compreensão que a vida não é uma fantasia e que seremos muito mais felizes aceitando a realidade do dia-a-dia com alguém que estimamos que é uma companhia certa e segura, com quem partilhamos os trunfos dos filhos, o encanto dos netos.
Mas esse aceitar duma velhice partilhada, não quer dizer que partilhemos com paciência, mau humor, arrogância, e rabugices. Se nos sentimos velhos, se nos julgamos doentes, se achamos que todos os jovens são indisciplinados, que os filhos não escutam os nossos sábios conselhos, porque descarregar no outro, os nossos infortúnios, as nossas maleitas as nossas opiniões por vezes totalmente em desacordo com as dele.
É que também o outro, tem direito à velhice, a ter dores na coluna, a não ouvir bem,a custar-lhe mover-se. Também o outro vê coisas que não lhe agradam, mas que aceita nesta maneira de viver diferente, neste corre corre da vida,onde se sente um pouco deslocado.
Então não se desabafa com o próprio consorte, a pessoa com quem vivemos o nosso dia-a-dia? A quem nos havemos de queixar dos nossos padecimentos? Em primeiro lugar, ao médico, que nos poderá aliviar. Quanto aos desabafos, é necessário escolher o momento em que o outro está com disposição para nos ouvir. E não esquecer, que esses desabafos, por vezes têm o aspecto muito feio, de acusações e despeito.
Esta pergunta foi- me feita por uma adolescente, cujos avós, marido e mulher vivem em perpetuas disputas um com o outro, complicando a vida de toda a família.
Pensei em todos os casais idosos que conheço, começando por mim, e cheguei à triste conclusão que a resposta à minha amiguinha era SIM. E, não querendo defender as mulheres, conclui, depois da análise feita aos pares,que com incidência de despotismo, arrogância e má educação nos homens.As mulheres também podem ser agressivas e muito implicativas, mas de forma geral, calam-se, refilam um pouco, queixam-se aos filhos ou às amigas, mas nunca lhes devolvem os argumentos por inteiro.
Mas porque motivo, pessoas que viveram tantos anos juntas, não se entendem ,não conseguindo viver em paz e harmonia?
Penso que na vida dessas pessoas há certas ocasiões em que um deles pode estar de tal modo impaciente, que não poderá enfrentar implicações, críticas, nem sequer banalidades.
Aprendi um pouco à minha custa, que casamentos de cinquenta anos, viajam entre o entusiasmo dos PRIMEIROS tempos, o companheirismo e a inter ajuda dos anos em que o casal constrói a sua vida familiar, com tudo o que isso implica de trabalho, desilusão, boas recordações, medo de perder alguém, seja fisicamente ou no seu afecto, bravura para aceitar o que o outro tem de pior, agradecimento pelo que ele nos deu de gratificante. São anos muito intensos, quer tenham sido bons, maus, ou normais .Porque nessa altura não só não temos espaço para nos conhecermos a nós próprios., como talvez nem o soubéssemos fazer com humildade e rectidão
À perda gradual do “tudo em cor-de-rosa”, à desilusão que sofrem todos aqueles que criaram um mito para adorar, querendo a perfeição sem reconhecerem e aceitarem que eles próprios não possuem esse dom, sucede-se o amadurecimento, a compreensão que a vida não é uma fantasia e que seremos muito mais felizes aceitando a realidade do dia-a-dia com alguém que estimamos que é uma companhia certa e segura, com quem partilhamos os trunfos dos filhos, o encanto dos netos.
Mas esse aceitar duma velhice partilhada, não quer dizer que partilhemos com paciência, mau humor, arrogância, e rabugices. Se nos sentimos velhos, se nos julgamos doentes, se achamos que todos os jovens são indisciplinados, que os filhos não escutam os nossos sábios conselhos, porque descarregar no outro, os nossos infortúnios, as nossas maleitas as nossas opiniões por vezes totalmente em desacordo com as dele.
É que também o outro, tem direito à velhice, a ter dores na coluna, a não ouvir bem,a custar-lhe mover-se. Também o outro vê coisas que não lhe agradam, mas que aceita nesta maneira de viver diferente, neste corre corre da vida,onde se sente um pouco deslocado.
Então não se desabafa com o próprio consorte, a pessoa com quem vivemos o nosso dia-a-dia? A quem nos havemos de queixar dos nossos padecimentos? Em primeiro lugar, ao médico, que nos poderá aliviar. Quanto aos desabafos, é necessário escolher o momento em que o outro está com disposição para nos ouvir. E não esquecer, que esses desabafos, por vezes têm o aspecto muito feio, de acusações e despeito.
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