REFERENDO I I

No próximo dia 11, irei votar. SIM.NÃO, BRANCO, mas voto.
Não só porque é um Direito e um Dever cívico que tenho, mas também porque só votando poderei criticar aqueles em quem votei, se não cumprirem o que prometeram. Desta vez,como se trata dum referendo,tenho apenas que dizer SIM ou NÃO. E ao contrário das outras vezes estou muito indecisa.
Se votar NÃO, talvez esteja a contribuir para a infelicidade de alguma mulher.
Se votar SIM, de certeza que estou a contribuir para tirar uma vida; porque, por mais voltas que derem os defensores do SIM, um Embrião humano é o concepto quando está em sua fase de diferenciação orgânica, da segunda à sétima semana depois da fecundação, etapa conhecida como período embrionário.
Com o meu NÃO, deverei condenar uma mulher a ser julgada por um acto, que certamente, só grandes dificuldades financeiras a levaram a cometer? Com o meu SIM, deverei permitir que seja destruída uma vida, que se não a impedissem, seguiria o seu curso natural?
Tenho estado muito atenta e ouvido inúmeras opiniões dos defensores do SIM e do NÃO: sábias, tolas, fanáticas, falando em nome da Mulher e do Feto com um à vontade sem recato. Ainda há as vozes fingidamente puristas, que dizem que o que está em causa é uma lei injusta e não o acto de abortar.
E depois de ouvir esses pareceres, chego à conclusão que, para a maior parte dos que os exprimem, apenas existem duas soluções: ter filhos, ou abortar. Os que gritam histericamente por um NÃO, pensam que os filhos devem nascer, seja em que circunstancia for. Os que clamam histericamente pelo SIM à legalização do acto, pensam que é a maneira de acabar com o aborto clandestino.
É isso que me horroriza. O que seria desejável era acabar com o aborto, clandestino ou não. No século XXI, é chocante ouvir falar em interrupção voluntária da gravidez quando o natural e possível, é não haverem gravidezes indesejadas.
Se todos os movimentos que agora se agitam com tanta energia, tanto dinheiro, tanto entusiasmo em prol do SIM e do NÃO, o fizessem com a mesma energia o mesmo entusiasmo, o mesmo dinheiro, para organizarem grupos de esclarecimento, ao nível de Comunidades Religiosas, Autarquias, Juntas de freguesia Grupos Cívicos, Médicos, Comissões, Grupos de Casais, porque a triste verdade é que a ignorância é tanta, que exige o esforço de todos; se o Estado oferecesse incentivos e facilidades aos casais que gostariam de ter mais filhos e não os têm por dificuldades económicas; se abandonasse a burocracia, facilitando as adopções, quando há tantos casais esperando ansiosamente por uma criança que outros rejeitam, então sim, talvez morressem menos MÃES e FILHOS.
Já decidi. Voto BRANCO.
Talvez não ajude as mulheres que, certamente por fortíssimos motivos, tomam tal decisão. No meu REFERENDO I, tentei dar voz a quem não pode falar por si. Continuarei, como tenho feito até aqui, procurando ajudar, esclarecendo, quem parece precisar de ajuda. o que não é fácil. Porque não posso aproximar-me duma pessoa e dizer-lhe: olhe que existem meios, que lhe primitirão ter filhos, só quando desejar.
Há uma foto que eu gostaria de incluir. Mas penso ser incorrecto da minha parte, obrigar as pessoas a verem o que talvez não desejam. Deixo o link
http://www.gineco.com.br



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