O DIREITO Á INDIGNAÇÃO

É uma ofensa aos Portugueses, pelo menos àqueles que estão conscientes das circunstâncias em que nos encontramos, esta campanha eleitoral. São viagens, são almoços, são jantares, são danças e cantoria, são mentiras, regabofe, discursos que ninguém entende, é um arrebanhar de infelizes, todos contentes por viajarem de autocarro e comerem um almoço de graça em troco de agitar bandeiras. Isto não é uma campanha eleitoral, é um circo
Do que estão é espera para nos dizerem como vão pôr em prática as duríssimas medidas impostas pelos credores, para nos dizerem o que nos acontecerá se não cumprirmos uma só que seja ? É que essa gente sabe fazer muito bem o trabalho de casa e fiscalizará com rigor e frieza como o seu dinheiro está a ser gasto e os prazos cumpridos. Quando explicarão a este bom povo folgazão e que pensa- não será tão mau como dizem, logo se verá- que se falhar alguma coisa, não haverá mais "tranches"para ninguém?
Quando e qual deles, terá a coragem de dizer, não em banhos de multidões fanáticas, mas por escrito, nas redes sociais que milhares de pessoas lêem, que a palavra de ordem é Trabalhar,Trabalhar,Trabalhar por muito que custe ao nosso feitio calmo, por muito que custe àqueles que trabalharam sempre e agora vão trabalhar ainda mais para tentar salvar o que outros destruíra
Estamos a oito dias do acto eleitoral. Como fomos esclarecidos quanto aos programas dos partidos de cada um desses bem falantes?
Já temos sérias dúvidas quanto ao governo que fará cumprir as leis que a Assembleia determina. Temos mais duvidas ainda quanto aos deputados que a compõem, que se agridem no anfiteatro mas que se unem para criarem e aprovarem aquelas que os beneficiam. O que querem mais de nós? Que lhes passemos um cheque em branco?
É por isso que é tão importante ir votar, embora nunca fosse tão difícil decidir. Se votarmos segundo a nossa consciência, imaginando que entre maçãs podres haverá uma menos podre, poderemos pedir contas a quem for eleito. Porque seja quem for que vencer, enquanto for governo é funcionário de todos os portugueses, tanto daqueles que o amam como dos que o odeiam

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