PAUSA PARA O CAFÉ





Uma amiga e eu tomávamos a nossa bica das onze horas, e ela, lamentando-se, dizia-me como era vazia a nossa vida, agora que os filhos tinham a sua e os netos já nem precisavam que tomássemos conta deles.
Pensei que a dela poderia ser vazia, mas não a minha.Nunca vivi em função da vida dos filhos. (até talvez um pouco menos do que seria desejável ) Quanto aos netos, a minha relação com eles sempre foi de avó,um pouco distante é certo,mas avó e não mãe substituta. É certo que tive a sorte de ter filhos que, com os respectivos consortes, apesar de trabalharem como toda a gente, nunca abdicaram da sua função de pais.Embora isso significasse renunciarem a muitas coisas.
Voltando às lamentações da minha amiga, pensei ser a ocasião de pôr em prática as minhas intenções, de ACORDAR as mulheres da minha geração,educadas num estilo de vida que não nos deixava muitas hipóteses.
Não lhe falei no Azi, porque sei que ela tem horror a tudo que seja computadores e outros objectos demoníacos.Consegue possuir um telemóvel, porque acha necessário. Mas não é para ela um companheiro estimado. Disse-lhe que seria interessante, falar aos netos da família a que pertenciam.E como os adolescentes têm pouco tempo e pouco interesse para ouvir dissertações das avós nostálgicas, poderia escrever para o futuro. Esta actividade, além de elucidar os netos sobre a família, dá-nos o prazer de recordar o passado, (e à medida que envelhecemos o nosso gosto por recordar aumenta) ocupa-nos tempo, ajuda a refrescar o português, estimula a imaginação e se guardarmos o memorial para um futuro longínquo, talvez os nossos jovens, então menos jovens, até o achem interessante.
Percebi que tinha deitado a minha semente em terra fértil, porque respondeu que era uma boa ideia, Seria uma maneira e voltar a viver a infância dos netos.Mesmo que escrevesse só para ela, valeria a pena.
Separamo-nos, ela mais feliz e eu muito satisfeita com os possíveis resultados da minha tentativa de animar outra avó a escrever.
Tenho que admitir que escrever sobre família é uma mania minha.Mas a minha avó passou anos a contar-me factos da nossa, a falar das pessoas que faziam parte dela, a recordar episódios que ora nos faziam rir, ora chorar. Eram tão fascinantes esses relatos, que eu sempre lamentei que ela falasse deles a dezenas de anos de distância. Quanto não seriam mais interessantes se ela os redigisse no tempo em que aconteceram.

Comentários

  1. Sencillamente encantadora:)Yo de mayor, quiero ser como tú. Lamento no poder comentarte en tu idioma, si bien sí puedo leerte. Felicidades por ser como eres.

    Mar

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  2. A ideia é excelente. O blog é lindo. Eu também comecei há pouco tempo, escrevo sobre o presente, com as minhas filhas pequenas. E tento entusiasmar a minha mãe a escrever sobre o passado (mas ainda não consegui!)

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  3. Olá Martina! (ou mimi?). Sabes que já recibiste comentários de paises tão longe deste como por exemplo Malaysia? Cá, tens Mar de Barcelona e Pequete em Braga, que lindo!
    Eu ví hoje de manhã (eu sinto-me como o teu padrinho no mundo dos blogs!!) que houve comentários da Jenny nos EUA, assim como da Papalagui e a Ana em Portugal,mas misteriosamente e infelizmente, desapareceram. Hoje há problemas no sistema. Os teus projectos para o teu blog são claros e concretos. São importantes e validos. Força!!

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  4. yo también vine y también desde lejos ;) Chile está a muuuuchos kilómetros de ahí
    beijinhos !

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  5. Hola Martina, encantado de entrar en tu blog, felicidades por tu actitud ante la vida, es una excelente idea escribir sobre el pasado, lo digo con conocimiento de causa porque yo añoro lo que me contaba mi mujer, desgraciadamente nunca lo escribió y ahora ella ya no está.
    Espero tus próximos relatos.
    Saludos.

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  6. querida sogra tu escreves muita bêm não dis um blog era gira para! como tu passes o tempo atras da computer a escrever sobre passado agora muita mais pessoas conseguem ler!!!
    O monstro deve estar com enveja!!!

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  7. Avozinha!!
    Que blog tao giro! Estou super contente por te ver tao entusiasmada. Cada nova aventura tua deixa-me muito orgulhosa de ser tua neta!
    Muitos beijinhos!
    Marta

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